FORMANDO ENGENHEIROS E LÍDERES

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Poli-USP propõe novo curso de engenharia nuclear da USP com custo zero

A criação do curso partiu da premissa de utilizar recursos já existentes, tanto na USP quanto no IPEN, órgão ligado à Comissão Nacional de Energia Nuclear. Os professores da Poli e pesquisadores do IPEN ministrarão as aulas, e algumas serão realizadas nos laboratórios do centro de pesquisa localizado no mesmo campus da USP.

A nova habilitação em Engenharia Nuclear da Escola Politécnica (Poli) da USP, aprovada em junho de 2020 e que já será oferecida em 2021, tem custo zero para universidade, ou seja, a infraestrutura de laboratórios e os especialistas que darão as aulas já fazem parte da Poli e do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), uma entidade que está ligada à USP. “Esse curso vai ter um custo zero para sociedade porque vamos utilizar uma estrutura que já temos”, relata o docente da Poli e coordenador da Comissão que estruturou o curso, Cláudio Geraldo Schön.

A Poli já havia proposto a criação deste curso em 2013, mas ao contrário da primeira iniciativa, a proposta aprovada em 2020 pelo Conselho Universitário da USP está aproveitando somente os recursos que já estavam à disposição. A diretora da Poli, professora Liedi Bernucci, explica que a elaboração do curso foi uma articulação entre a Poli e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), pertencente à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). “A parceria com Ipen viabilizou que experientes profissionais do IPEN/CNEN deem aulas de algumas disciplinas, além do acesso a laboratórios, que estarão à disposição dos alunos da Poli para este curso”.

Uma das premissas para a comissão que formatou o curso foi utilizar os recursos humanos e a infraestrutura disponíveis na Escola Politécnica e no IPEN, por meio do estabelecimento da colaboração com esse instituto, uma vez que há uma restrição quanto à contratação de novos docentes. Os professores do Instituto ministrarão as disciplinas e os alunos poderão ter aulas práticas se utilizando da infraestrutura de laboratórios.

Além disso, as disciplinas da Poli serão oferecidas por diferentes departamentos, que abordam os diferentes aspectos ligados à tecnologia nuclear. Em resumo, com a parceria do IPEN, a Poli conseguiu assegurar um todo o conteúdo para possibilitar a atribuição de diploma em Engenharia Nuclear.

O foco do curso proposto pela Poli é o ciclo do combustível nuclear e, por isso, ele foi alocado no Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais, pela sua afinidade com o conteúdo específico a ser desenvolvido. O Ciclo do combustível nuclear consiste em todas as etapas do processo que vai desde a extração do minério de urânio, o projeto de reatores nucleares, montagem, operação, até o gerenciamento de rejeitos radioativos.

A primeira versão do curso, proposta em 2013, incluía a construção de uma sede em Iperó, ao lado do Centro Experimental Aramar. Além disso, toda a grade curricular era de um novo curso. A atual versão, que começará a valer a partir de 2021, será uma habilitação do curso de Engenharia de Materiais, Metalúrgica e Nuclear, que oferece um total de 55 vagas, das quais 10 serão destinadas à engenharia nuclear. Os estudantes farão as opções pelas habilitações ao final do 3º ano comum da estrutura curricular, com base nas notas obtidas nas disciplinas obrigatórias.

O professor José Carlos Mierzwa, que participou das duas propostas, explica que a maior parte das pessoas da comissão tem envolvimento com a área nuclear, contemplando diferentes aspectos da mesma. Os integrantes do grupo foram os professores Cláudio Geraldo Schön, José Aquiles Baesso Grimoni, José Carlos Mierzwa, José Roberto Simões Moreira, José Roberto Castilho Piqueira e José Tadeu Balbo; o Capitão de Fragata Hélio Meira dos Santos, Dr. Delvonei Alves de Andrade, renomado especialista que atua no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares/Comissão Nacional de Energia Nuclear; e o funcionário Álex Eduardo Guerlando.

Texto: Amanda Rabelo, com a colaboração das estagiárias de jornalismo Beatriz Carneiro e Letícia Cangane. 

Revisão: Rosana Simone.

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