Gestão 2019/2020. Julho de 2020, nº20 - ano II

Nesta edição de julho abordaremos como estamos vivendo nosso novo Mundo moderno, um quadro repleto de incertezas mediado por um ser microscópico e a necessidade de reorganização em todos os aspectos.

No CIPA trabalhando, continuamos com o excelente trabalho de nossa arquiteta e presidente, temos mais dois Mapas de Risco do prédio da Engenharia Elétrica prontos.

E entramos em Julho, mês que ocorreu Revolução Constitucionalista. Você sabia que o Laboratório de Ensaios e Materiais (LEM) foi o responsável pela supervisão e execução de materiais bélicos destinados ao Exército Paulista. Para saber mais leia a matéria abaixo. 

 Boa leitura!

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Tempos Modernos....

Foto: Sebastião Salgado. Church Gate Station, Mumbai, India, 1995. 

Todos sabemos, que a vida é feita de ciclos. A natureza e a história nos lembram repetidas vezes que tudo tem começo e fim, independente da nossa vontade. A foto com milhares de pessoas saindo de trens na estação Church Gate, em Mumbai, representa a vida, a aglomeração e a aproximação, tudo que o coronavírus explora e nos nega.

É impossível pensar que essa inimaginável experiência de máscaras, distanciamento social, sofrimento humano, vidas perdidas, cancelamento da vida e a inevitável destruição econômica não trará consequências após o fim da pandemia. É cedo para saber exatamente quais, mas seus efeitos serão enormes. Será o desafio de gerenciar pessoas na crise, quando o orçamento encolhe e as estruturas diminuem.

Assim proliferam inúmeros intérpretes da tragédia, mas o que a pandemia mostrou de imediato foi a ineficiência do sistema de saúde que precisa ser reavaliado, nada muito revolucionário, mas tudo muito urgente e o perigo que significa somar dependência e distância de um único fornecedor.

Diante deste quadro repleto de incertezas, talvez o vírus deixe como legado a necessidade de reorganizar o sistema público de saúde e evitar os enormes custos com as pandemias, a possibilidade de mais trabalho em casa, mais pagamentos eletrônicos, maiores controles nas fronteiras, seguros caros e complexos, educação e medicina à distância, menos viagens transoceânicas e convenções. Veremos se o mundo será diferente ou se continuará igual depois que a pandemia passar.

O que se conhece até agora sobre a Covid-19

Em junho, o surto da Covid-19 completou seis meses. Entre certezas e mistérios sobre a doença, aqui estão algumas reflexões essenciais sobre o que é sabido sobre a Covid-19.

Transmissão

A transmissão pessoa por pessoa é o ponto chave. A constatação levou a práticas de isolamento social e à adoção de máscaras.  O que não se sabe e ainda é avaliado, o tempo exato que o vírus sobrevive fora do organismo, qual a capacidade de transmissão do vírus em ambientes externos e qual é a quantidade de concentração do material genético do vírus capaz de infectar humanos.

Sintomas

Desde o início do surto da Covid-19, os principais sintomas apontados pelos pacientes eram tosse seca e febre. Sabemos hoje que a febre e tosse não são onipresentes em todos os pacientes diagnosticados com a infecção pelo Sars-Cov-2.

Com a evolução da pandemia, muito foi se descobrindo sobre o vírus. E, junto com isso, as manifestações clínicas, que são muito amplas e incluem dor de garganta, coriza, perda de olfato e de paladar, conjuntivite, lesões na pele, diarreia, insuficiência renal aguda, encefalite (infecção no cérebro), miocardite (infecção no coração), entre outras. 

Um dos mistérios da pandemia é o caso de pacientes que não apresentam sintomas ou só os apresentam quando o quadro já se agrava rapidamente.

Imprevisível

A Covid-19 se manifesta de formas diferentes de paciente para paciente. Enquanto algumas pessoas apresentam sintomas brandos, outras experimentam uma doença grave. A menor parte desenvolve complicações com riscos de óbito, mas pode acontecer. 

A relação do SARS-CoV-2 com o sistema imunológico ainda é uma das grandes dúvidas. Acredita-se que quanto maior a carga viral, maior a chance de o paciente evoluir com formas mais graves da doença.

Grupo de risco

Inicialmente, as maiores preocupações estavam voltadas para os idosos e pessoas com doenças pré-existentes. Posterirormente, os pesquisadores foram surpreendidos com o impacto entre pacientes obesos após a epidemia se instaurar na Europa e nos EUA.

Os casos do novo coronavírus em crianças e jovens chamam a atenção. Embora o número de casos de doença grave e morte entre eles não seja expressivo, a orientação é de que se previnam.

O surgimento de uma síndrome associada à Covid que afeta crianças despertou um alerta para cientistas. O comunicado foi divulgado pela OMS em 15 de maio.

A doença, batizada como Síndrome Pediátrica Inflamatória Multissistêmica Temporariamente Associada ao SARS-CoV-2 (PIMS-TS), é grave, requer cuidados intensivos e pode ser fatal. A doença causa inflamação nas paredes das artérias de tamanho médio e pode danificar o coração. Os sintomas incluem alergia, problemas cardíacos e de coagulação no sangue, vômito, diarreia e dor abdominal.

Embora a nova síndrome também envolva inflamação, especialistas em doenças infecciosas dizem que é diferente da doença de Kawasaki. Os sintomas incluem ainda febre persistente, erupção cutânea, olhos vermelhos, inflamação e mau funcionamento de um ou mais órgãos.

Imunidade

Apesar de avanços na comunidade científica relacionados à pesquisa sobre a imunização de pessoas contaminadas pelo vírus, não existe um consenso se as pessoas infectadas com a Covid-19 estão protegidas contra novas infecções, nem por quanto tempo.

Tratamento

Ainda não há um remédio que cure a Covid-19 e não se sabe se ou quando teremos um remédio efetivo. No entento, em diversas partes do mundo, cientistas trabalham para desenvolver uma vacina. Por exemplo, o ICB - Instituto de Ciências Biomédicas da USP está produzindo e testando uma nanovacina, a base de proteína do próprio vírus geneticamente modificada.

Total de casos de Covid 19 no mundo e no Brasil

O mês de junho terminou com um total de 10.365.963 casos confirmados, de 5.284.304 casos recuperados e 507.166 mortes (visão mundial de casos) e o Brasil com 1.370.488 casos confirmados, de 733.848 casos recuperados e 58.385 mortes. Ficando atrás apenas dos Estados Unidos.

Fontes:

https://brasil.elpais.com/economia/2020-04-13/como-sera-a-economia-apos-o-coronavirus.html

https://oglobo.globo.com/sociedade/coronavirus-seis-meses-depois-saiba-que-se-conhece-ate-agora-sobre-covid-19-24458936

https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/06/30/seis-meses-depois-do-1o-alerta-sobre-o-novo-coronavirus-o-que-ja-sabemos-e-o-que-ainda-e-incerto.ghtml

https://pebmed.com.br/covid-19-oms-alerta-para-uma-nova-sindrome-inflamatoria-em-criancas-e-adolescentes/

https://jornal.usp.br/ciencias/nanovacinas-em-producao-na-usp-podem-ser-mais-eficientes-contra-a-covid-19/

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Os Mapas de riscos são muito importantes para classificar os riscos inerentes ao nosso ambiente de trabalho, por isso a CIPA está se dedicando nesta quarentena para finalizar os Mapas do Prédio da Engenharia Elétrica pós vistoria, ocorrida em fevereiro deste ano. E assim que voltarmos ao trabalho poderemos afixar e todos terem acesso. Caso necessitem de alguma cópia nos solicite! A equipe da Brigada de Incêndio já está com o arquivo original também.

Figura 1. Mapa de risco do bloco C, prédio da Engenharia Elétrica.

Figura 2. Mapa de risco do Bloco D, prédio da Engenharia Elétrica.

Ideais e Tecnologia na Revolução de 1932

Obelisco do Ibirapuera – Símbolo da Revolução Constitucionalista de 1932.

O objetivo da Revolução Constitucionalista de 1932 era depor o regime de Getúlio Vargas, e convocar novas eleições para a Assembleia Constituinte.

Antes de maio de 1932, o núcleo mais reservado da direção constitucionalista não tinha dúvidas quanto ao sucesso de um movimento armado contra Getúlio Vargas. Contavam com o evidente apoio da população paulista, principalmente da juventude, filhos de famílias oligárquicas, burguesas ou da classe média. E não era só isso, era patente também o reforço de estados importantes como Minas Gerais e Rio Grande do Sul, praticamente rompidos com Vargas.

No dia 23 de maio de 1932, a morte de quatro estudantes em conflito de rua com as forças federais, contribuíram com o levante em 9 de julho de 1932 denominado como Revolução Constitucionalista.

O apoio gaúcho, prometido e acordado não veio, pelo contrário, passou a atuar contra São Paulo, assim como, Minas Gerais voltou-se também contra os paulistas. Isolado da federação e sem condições de receber suprimentos, São Paulo estava em completa desvantagem.  

Para ampliar suas forças, o movimento empreendeu um intenso recrutamento de voluntários, por meio das faculdades, das organizações civis e da mobilização popular. Clubes, associações e academias agitaram-se para apoiar o esforço bélico.

A Congregação e todo o corpo docente e técnico da Escola Politécnica manifestaram total e solidária adesão pública ao movimento. Isso foi decisivo para a arregimentação dos esforços de tecnologia bélica das indústrias. O Laboratório de Ensaios de Materiais (LEM), da Escola Politécnica foi o responsável pela supervisão e execução de materiais bélicos destinados ao exército paulista.

Nos primeiros instantes do conflito, o futuro fundador do SENAI e professor da Escola Politécnica Roberto Mange, passou a reproduzir máquinas da Fábrica Nacional de Munições do grupo Matarazzo, para instalá-las na Escola Politécnica e triplicar a produção. Chegando a fabricar 160 mil cartuchos por dia, elemento decisivo para a resistência paulista.

A indústria aderiu, e o entusiasmo do presidente da FIESP, o engenheiro Roberto Simonsen, transformava o parque industrial paulista em parque bélico, colocou empresas como Pirelli, Rhodia, Nadir Figueiredo, Antártica Paulista e Matarazzo para produzir artefatos bélicos, sob supervisão do LEM, na ocasião dirigido por Adriano Marchini que sofreu grave acidente, onde teve sua mão direita esfacelada ao explicar o funcionamento de uma granada.

Durante três meses, chegaram a produzir mais de 130 mil granadas, 400 bocais de fuzil, cinco trens blindados, inúmeros morteiros, minas, explosivos e periscópios de trincheira, para o esforço de guerra de São Paulo.

O conflito foi encerrado em 2 de outubro de 1932 com a rendição do Exército Constitucionalista. Apesar da derrota militar do movimento, algumas de suas principais reivindicações foram obtidas posteriormente, como a nomeação de um interventor civil e paulista, a convocação de uma Assembleia Constituinte e a promulgação de uma nova Constituição em 1934.

O dia 9 de julho, que marca o início da Revolução de 1932, é a data cívica mais importante do Estado de São Paulo. Os paulistas consideram a Revolução Constitucionalista como sendo o maior movimento cívico de sua história.

Obelisco Mausoléu aos Heróis de 32

O obelisco é um monumento funerário que se localiza na área do Parque do Ibirapuera e é o maior monumento da cidade de São Paulo. Ele abriga os corpos dos mártires da causa constitucionalista, Martins, Miraguaia, Dráusio e Camargo, os quatro estudantes mortos no conflito de rua com as forças federais além de outros 713 ex-combatentes.

Os restos mortais de Guilherme de Almeida e Ibrahim de Almeida Nobre, ex-combatentes e, respectivamente, considerados como o poeta de 32 e o tribuno de 32, também se encontram sepultados dentro do mausoléu, bem como o de Paulo Virgínio, considerado um mártir do movimento. Ele foi torturado e morto pelos soldados federais de Getúlio Vargas.

Fontes: 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Obelisco_de_S%C3%A3o_Paulo

https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Constitucionalista_de_1932

Revista História Viva – ano I – nº 8 – junho 2004

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Expediente

Universidade de São Paulo
Reitor: Vahan Agopyan
Vice-reitor: Antonio Carlos Hernandes

Escola Politécnica da USP
Diretora: Liedi Légi Bariani Bernucci
Vice-diretor: Reinaldo Giudici

Equipe da Poli-USP:

Presidente: Alessandra M. de Sousa

Membros: Angêla R. L. de M. Mizuta, Antônio Coelho Jacomini, Camila Eduardo Marinho, Cícero Cirlânio Cruz, Danilo Augusto de A. Filho, Eric Piaga P. L. da Silva, Fábio Eduardo Teodoro, José Ivan Nunes Leite, Lania Camilo de Oliveira, Marco Antônio Silva, Maria Auxiliadora da S. Marzo, Maria Lúcia Pereira da Silva, Mário Sousa Takeashi, Nilson Noris Franceschetti, Renato Alvarenga, Olga Maurício Mendonça , Samy Florentino dos Santos, Suzano Luiz Bitencourt da Rosa.