Arquivo mensais:abril 2020

USP é a 14ª universidade mais comprometida com objetivos sustentáveis do mundo

Novo ranking do Times Higher Education avalia o impacto das instituições em áreas como combate à pobreza, igualdade de gêneros e mudanças climáticas Com informações do Jornal da USP – https://jornal.usp.br/institucional/usp-e-a-14a-universidade-mais-comprometida-com-objetivos-sustentaveis-do-mundo/ A USP ficou na 14ª posição no ranking THE University Impact, que avalia como as universidades do mundo todo estão contribuindo para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), em termos de pesquisa, divulgação e governança. O ranking foi divulgado hoje, dia 22 de abril, pela consultoria britânica Times Higher Education (THE). O propósito é avaliar o comprometimento e o impacto social das ações desenvolvidas pelas universidades, enfrentando questões como desigualdade de gênero, educação de qualidade, mudanças climáticas, paz mundial e crescimento econômico. Ao todo foram avaliadas 766 instituições de 85 países. A primeira posição ficou com a Universidade de Auckland (Nova Zelândia), seguida da Universidade de Sydney (Austrália) e da Universidade de Western Sydney. Na pontuação geral, a USP atingiu 93,9 pontos de um total de 100, ficando na 14ª posição. Em três dos 17 itens avaliados, entretanto, a Universidade ficou entre as dez melhores instituições do mundo: 3º lugar na erradicação à pobreza, 3º lugar em energia limpa e em 10º lugar em vida terrestre. Além da USP, outras 29 universidades brasileiras foram avaliadas e o destaque foi a Universidade Estadual de Londrina, na 91ª posição. “Este ranking é uma oportunidade para as universidades mostrarem como estão contribuindo para a construção de uma sociedade mais sustentável e igualitária. Tomando como exemplo a pandemia da covid-19, a resposta da USP e de outras universidades foi imediata, contribuindo com a pesquisa para o desenvolvimento de tratamentos, remédios, vacinas e equipamentos médicos, além de administrar centros de diagnóstico e leitos hospitalares”, afirma o reitor Vahan Agopyan. Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) Posição 1 Erradicação da pobreza 3º 2  Fome zero 15ª 3  Saúde e bem-estar 38ª 4  Educação de qualidade 101-200 5 Igualdade de gênero 101-200 6 Água potável e saneamento 39ª 7 Energia limpa 3ª 8 Trabalho e crescimento econômico 83ª 9 Indústria, inovação e infraestrutura 92ª 10 Redução das desigualdades 101-200 11 Cidades sustentáveis 77ª 12 Consumo e produção responsável 84ª 13 Mudanças climáticas 48ª 14 Vida na água 18ª 15 Vida terrestre 10ª 16 Paz, justiça e instituições eficazes 86ª 17 Parcerias e meios de implementação 55ª Comprometimento Este é o primeiro ano que a USP participa do THE University Impact, já que o ranking foi publicado pela primeira vez em 2019, ainda em caráter experimental. O ranking avalia o comprometimento das instituições em relação aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: erradicação da pobreza; fome zero; saúde e bem-estar; educação de qualidade; igualdade de gênero; água potável e saneamento; energia limpa; trabalho e crescimento econômico; indústria, inovação e infraestrutura; redução das desigualdades; cidades sustentáveis; consumo e produção responsável; mudanças climáticas; vida na água; vida terrestre; paz, justiça e instituições eficazes; e parcerias e meios de implementação. “A USP está de parabéns por este excelente resultado. Esperamos, a partir de agora, poder acompanhar nosso progresso em cada um dos ODS nos próximos anos. Cabe, também, um especial agradecimento a todas as Unidades de Ensino e Pesquisa e Órgãos da Universidade, que nos forneceram dados para composição do material encaminhado à consultoria”, destaca o coordenador do Escritório de Gestão de Indicadores de Desempenho Acadêmico (Egida) da USP, Aluísio Segurado.

Amigos da Poli e Base Partners viabilizam aulas remotas da Poli-USP via ZOOM durante a quarentena

Com informações do Fundo Patrimonial Amigos da Poli A Escola Politécnica (Poli) da USP continua focada em sua missão de formar engenheiros e líderes com excelência, mesmo durante a quarentena imposta pela pandemia do coronavírus. A partir do dia 6 de abril, todos os alunos e professores receberam uma licença da ferramenta ZOOM para realizarem suas atividades acadêmicas. Ter todos os 5.500 alunos de graduação da instituição incluídos nesta iniciativa foi essencial para permitir adaptação à nova realidade acadêmica da faculdade, e viabilizam a continuidade do período letivo. Aulas remotas, modalidade até então pouco explorada, agora podem e estão sendo amplamente utilizadas pelos professores. Até o  dia 14 de abril, foram realizadas na referida plataforma mais de 200 reuniões, totalizando quase 70 mil minutos. A diretora da Poli, Liedi Bernucci, destacou o importância do acesso a ferramentas como esta para que a Escola possa continuar suas atividades neste período, mantendo sua excelência e contribuições para a sociedade. A doação das licenças à Poli foi feita pela empresa Base Partners. Além de ter atuais alunos da Poli como estagiários, diversos membros do Conselho da Base Partners também são politécnicos, o que fez com que a Escola fosse naturalmente escolhida para esta iniciativa. O Fundo Patrimonial Amigos da Poli foi chave na viabilização da doação. A Associação já tem um histórico de conectar projetos a apoiadores, além de desempenhar suas próprias atividades de impacto. Mais recentemente, o Amigos da Poli comprometeu-se em expandir sua rede de auxílio para o combate ao COVID-19. Além de viabilizar a doação das licenças Zoom para a Escola Politécnica, lançou um edital próprio para investir em projetos com propostas de ações anti-crise, chamado de Edital de Combate ao COVID-19. Sobre o Amigos da Poli O Amigos da Poli é o primeiro e maior endowment ligado a educação do Brasil, com patrimônio de cerca de 30 milhões de reais. É uma associação que visa captar doações e aplicar os recursos oriundos desta captação em projetos na Escola Politécnica da USP, sendo sempre observadas as melhores práticas de governança e transparência e com foco em perpetuidade e manutenção do capital doado. Através de Editais de Projeto e do seu Centro de Carreira, já apoiou mais de 110 projetos e mais de 4.500 alunos. Sobre o Zoom O Zoom é uma ferramenta que combina videoconferências, reuniões online, bate-papo, colaboração móvel e tudo isso ainda é armazenado em uma nuvem própria. A solução permite reuniões e eventos virtuais com até 500 participantes e 10 mil expectadores, além de permitir que os participantes troquem informações por áudio ou vídeo. Não é a toa que a ferramenta vem se consolidando como líder em comunicações de vídeos empresariais. Sobre a Base Partners A Base Partners é um fundo Brasileiro de venture capital que investe globalmente em empresas de tecnologia. Mais do que capital, a Base busca ser uma sócia relevante na jornada das suas investidas. Além da Zoom, a Base também é sócia de empresas como Stripe, Bytedance, Netskope, Getir, Nubank e Wildlife Studios.

Liedi Bernucci constrói sua estrada na Engenharia com apoio e persistência

Trajetórias politécnicas Liedi Bernucci constrói sua estrada na Engenharia com apoio e persistência Texto: Letícia Cangane Em 8 de março de 2018, uma mulher foi eleita, pela primeira vez, diretora da Escola Politécnica da USP. Conheça, nesta página, a trajetória de Engenheira Civil e professora titular da USP, Liedi Lédi Bariani Bernucci. A docente e pesquisadora da USP é uma referência na área de Infraestrutura de Transportes e, entre suas atividades didáticas e de gestão, coordena um laboratório na área. Na foto abaixo, Liedi está no corredor da Diretoria da Poli, que desde 1893 homenageia seus diretores com um quadro, ao final da gestão. A mãe de Liedi Bernucci costumava falar para a filha: “não seja teimosa, mas seja persistente. Persistência é uma característica de pessoas inteligentes”. Durante sua trajetória, que começa na descoberta da engenharia em Jundiaí, interior de São Paulo, até a chegada a sala da Diretoria da Escola Politécnica da USP, persistência foi o que não faltou. Na época em que ingressou na faculdade, eram poucas as mulheres nos cursos de engenharia. Professoras, então, ela se lembra de uma, que depois foi sua orientadora de mestrado. Porém, mesmo no ambiente predominantemente masculino, Liedi não se sentiu prejudicada. Seus colegas e vários de seus professores a tratavam muito bem, e ela lembra disso com carinho. Foi indicada para empresas e convidada à monitoria por eles — chegou a ser a única monitora mulher entre os oito membros do seu Departamento. Existiram, é claro, professores misóginos nesse processo, mas ela ressalta que foram poucos. Alguns chegaram a falar coisas bem graves, mas isso, na verdade, a incentivava a permanecer na engenharia e provar o contrário do que ouvia. Ela sabia, desde o início, que iria enfrentar certas dificuldades durante a vida toda, não só nos bancos escolares.Nascida em Jarinu, Liedi, filha de Luiz e Leila Bernucci, não era lá muito fã da escola quando pequena. No seu primeiro dia de aula, foi questionada sobre o que tinha achado da escola, e respondeu que gostou, mas não precisava voltar no dia seguinte. Eu achei que a escola era uma coisa maravilhosa, eu ia sair de lá lendo! Mas só ficaram me mandando escrever ‘a, a, a, a’. Não queria voltar, não. Sua mãe vivia sendo chamada na escola. As coisas começaram a mudar no ensino médio. Liedi Légi Bariani Bernucci sempre foi uma aluna muito boa em matemática e física, “química mais ou menos”. Após a turma toda ir mal numa prova de física, ela e algumas amigas resolveram ter aulas particulares da matéria. O professor contratado era um aluno da Escola Politécnica, e a jovem estudante ficou encantada com a engenharia logo ao conhecê-la. Parecia tão simples como ele conseguia explicar as coisas para mim, e a professora não. Eu fiquei pensando “nossa, engenharia é demais!”. Liedi passou no vestibular para estudar Geologia assim que terminou o colégio. Depois de um tempo, decidiu que estava na hora de tentar a engenharia: conseguiu uma bolsa no cursinho, prestou vestibular novamente e entrou na Poli, na graduação de Engenharia Civil, turma de 1977. Na verdade, até pensou em prestar ITA, pois achava bárbaro aeronáutica. Mas, naquela época, o ITA não aceitava mulheres, então acabou decidindo pela Poli. “Meu avô materno construía, meu pai sempre gostou de obra, muito. Acredito que isso tenha ficado dentro de mim, de alguma forma, não sei nem explicar”, conta sobre a decisão de escolher a . Eu queria ser engenheira civil. A Poli sempre foi importante para Liedi. Mais que o local onde estuda ou trabalha, mais que uma instituição. Na verdade, é de modo afetivo que se refere à Escola, e isso não tem relação com o fato de ser sua diretora atualmente. A verdade é que ela foi apresentada à Poli e à engenharia ao mesmo tempo, pela mesma pessoa. As duas coisas estão interligadas desde aquele momento durante o início do então colegial, e, aparentemente, a paixão pela engenharia se tornou também paixão pela Poli. Um fator primordial nesse momento foi o apoio da família, que sempre esteve ao lado de Liedi quanto à sua decisão de estudar engenharia. O ponto “isso não é coisa de mulher” simplesmente não existiu, pelo contrário: sua família serviu como suporte nessa fase da vida da estudante. Nesse caso, por trás de uma grande mulher está outra grande mulher — a irmã de Liedi, a matemática NOME, esteve ao seu lado durante todo esse período de formação, ajudando nos estudos e, posteriormente, respaldando-a para que pudesse trocar um emprego estável e bem remunerado pela oportunidade de fazer mestrado na Poli, com uma bolsa de aproximadamente ¼ de seu salário antigo.Hoje vejo que tive sorte. Minha família me apoiou, ninguém falou que engenharia é uma carreira masculina, ou alguma coisa contra. Não, nunca. Mas hoje eu sei que foi sorte, porque acontecer isso na década de 1970?! Quando escuto que acontece isso ainda hoje, e meninas não vêm [para a engenharia] porque a família impede! Então, hoje eu vejo a sorte que tive. Minha mãe, meu pai, minha irmã, eles deram a maior força. (…) Quando surgiu a oportunidade de mestrado, minha família disse “continua estudando, você gosta de estudar”. Embora considerasse a graduação na Poli bem difícil, Liedi conta que foi aqui que tomou gosto pelos estudos. Ela estudava mesmo, para valer. Pensava que, como primeira engenheira de uma família de classe média, sem contatos na área, era na Poli, sendo uma boa aluna, que encontraria oportunidades para entrar no mercado — e estava certa. Foram os seus professores, a quem é muito grata, que abriram as portas para ela. Têm professores que vinham no meu caderno me explicar, sabe? Tem pessoas que eu admiro até hoje, pessoas muito boas. (…) Eles me ajudaram de fato. As pessoas são muito generosas sem contar para os outros. Olhando para trás, eu vejo que o professor não precisava ter feito nada disso. É uma lição para mim. Às vezes, uma palavra de um professor pode mudar sua vida. Liedi Lédi Bariani Bernucci é uma mulher elegante,  e acessível. Cabelos castanhos na altura dos ombros e um sorriso amigável, a diretora da Escola Politécnica aparenta ser uma figura de poder, mas não de forma arrogante. Ela fala baixo e calmamente, mas se faz ouvida em qualquer situação, e dá para perceber em uma conversa que não é uma mulher que gosta de ficar parada. Suas unhas, muito bem pintadas, e o toque de maquiagem reforçam mais uma quebra de estereótipos. A verdade é que Liedi Bernucci é apaixonada pelo que faz — a engenharia, a pesquisa, a ciência e a docência — desde o início, e esse é o tipo de amor cultivado com os anos. A empolgação e a paixão transparecem no brilho dos seus olhos quando fala sobre a conclusão de uma pista de pouso em um aeroporto. Quando a gente olha e pensa, “ eu ajudei a descer um 380* em Guarulhos! Sabe?! (risos) É legal! É muito legal. No dia em que desceu o 380, o pessoal me chamou para ir lá, e foi muito legal. Encontrar todos os engenheiros, tirar foto, entrar na pista, entrar no 380… Seu primeiro trabalho no mercado profissional da Engenharia Civil foi na empresa Figueiredo Ferraz. A diretora conta que gostava do serviço, estava trabalhando em um projeto muito legal e as pessoas era ótimas com ela. Relembra de uma figura em especial que foi uma inspiração para ela nesse período. Na empresa, havia uma engenheira muito interessante, que tinha muitos filhos, era simpática, elegante, muito inteligente e trabalhava com projetos que Liedi achava super complexos. Ela se lembra de olhar para aquela mulher e pensar: “Gente, dá para ser tudo isso!”. Sobre o seu mestrado, a engenheira é categórica em dizer que foi o momento em que mais estudou na sua vida. Ela estudava muito mesmo, e na época — começo dos anos 1980 — as pessoas não costumavam seguir carreira acadêmica. Então, surgiu a oportunidade de ir para a Suíça. Um professor suíço veio buscar dois alunos politécnicos para uma triangulação acadêmica entre Suíça, Brasil e Costa do Marfim, num estudo sobre solos tropicais. A orientadora de Liedi entendeu que esse professor queria dois alunos homens, então ela nem se candidatou para as vagas. Um dia, ao chegar na Poli Civil, fez um caminho diferente, e por acaso, passou no corredor onde estavam sendo feitas as entrevistas para o projeto de intercâmbio. Seus colegas, acenaram para ela, que respondeu e seguiu em frente. O professor suíço perguntou: “quem é esta moça?”. Seus amigos responderam que era uma colega do mestrado, e o professor questionou o porquê dela não estar ali com eles. Pediu então para  a chamarem, e gostou da engenheira. As duas vagas se transformaram em quatro, e Liedi Bernucci estava a caminho da Suíça. Foi uma sorte ter passado naquele corredor, alguém ter me dado tchau, ele ter percebido e mandado me chamar. No começo, ela ficou incrédula. Como assim, duas bolsas viraram quatro? Mas, pouco depois de os dois primeiros alunos embarcarem, ela recebeu vários documentos e a confirmação de que o programa de intercâmbio iria acontecer. Graças à sua irmã, que recomendou as aulas de francês, ela foi para a Suíça falando francês e inglês — o alemão aprendeu no dia-a-dia mesmo. Seu orientador na Suíça foi um homem que a inspira até hoje. O físico Franco Balduzzi era homem, europeu, branco, alto e economicamente estável, além de possuir grande consciência social: questões de gênero, raça e meio ambiente, por exemplo, já eram preocupações suas. Seu projeto consistia na construção de estradas rurais e pavimentadas na Costa do Marfim, na época ainda associada à França. Porém, sua equipe era diferente do comum: contava com, além de engenheiros, uma botânica para pensar no reflorestamento das áreas de empréstimo de materiais, com plantas que pudessem ser comestíveis para alimentar a população desses locais, que eram muito pobres; e uma socióloga, para estudar as dinâmicas sociais e familiares da população local e entender quem plantava, quem chefiava e com quem deveriam negociar — no caso, eram as mulheres. “Esse professor era fantástico. Você imagina um processo de forma macro na década de 1980?”, pontua a diretora. Ele era uma pessoa sem restrições de gênero, muito a frente de seu tempo. Uma pessoa fantástica. Essa foi uma pessoa que fez muita diferença na minha vida. Ele era genial, queria entender as coisas. Quando retornou ao Brasil, depois de realizar a parte experimental do seu mestrado na Suíça, Liedi Bernucci já se tornou professora da Poli: chegou no País em abril, e em maio já estava dando aulas. Para seu doutorado, voltou à ETHZ, na Suíça, e seguiu com seu professor orientador. Uma das coisas que seu orientador sempre falava era que “você não pode ir na África e extrair coisas deles, precisa doar também, doar conhecimento”. Ele defendia que a dívida histórica e social que europeus e brasileiros têm com o continente africano não pode ser corrigida nos aspectos originais, mas as pessoas podem retribuir de alguma forma para compensar os estragos, e isso pode ser feito por meio da educação.Aconteceu na Suíça uma vez um episódio de preconceito contra mim. Eu fui lá contar para o meu orientador. Ele chamou os caras e deu uma esculhambada. Depois, ele me chamou e pediu para eu refletir sobre uma coisa — isso aconteceu comigo por ser mulher, por ser latino-americana. Mas tinha uma pessoa que poderia ser mais discriminada que eu: uma mulher, latino-americana e preta. “Se fosse preta, ia ser pior ainda. Pense sempre nisso. E se tiver uma coisa que você possa fazer, faça”. O tema de seus estudos se tornou engenharia de transportes, estradas e solos após seu orientador recebê-la na Suíça e falar sobre a importância do tema. Ele disse que conhecia um pouco do Brasil, e que faltavam muitas estradas aqui. Segundo ele, o país não dava mobilidade para as pessoas. Não era só uma questão de riqueza, mas de mobilidade. Eu pensei, ‘deve ser uma coisa boa’. Eu mudei meu mestrado, que era sobre fundações, e falei: vou trabalhar com estradas. Vou fazer o que ele está me sugerindo. Seu professor era um homem que gostava de compromissos, e propunha  promessas aos seus alunos. Eram como metas de vida. Segundo ele, os orientandos tinham que pensar bem no que iriam prometer, já que teriam que cumprir. Liedi fez algumas promessas, e diz que já cumpriu várias. A que ainda pretende: fazer algum tipo de contribuição educacional para a África. Uma dessas promessas foi a de implantar um laboratório de asfalto no Brasil. A pesquisadora, então, foi junto com um colega da Poli que estudava o mesmo tema visitar um centro de pesquisa em uma universidade francesa. Lá, trocaram ideias sobre a viabilização de um laboratório da área, especificamente de solos tropicais, a fim de replicá-lo no Brasil — o que fez com sucesso. O Laboratório de Tecnologia de Pavimentação (LTP) é referência em pesquisa e coordenado pela professora Liedi até hoje. E essa foi uma das missões já cumpridas por ela, mas não para por aí. Uma das principais realizações da professora, segundo ela mesma, é o projeto de educação que desenvolveu em  conjunto com outros três colegas, Laura M.G. Motta, Jorge A. P. Ceratti e Jorge B. Soares. Uma de suas missões sempre foi compartilhar conhecimento e ajudar na formação de novos engenheiros. Para isso, os quatro professores, que eram muito amigos, escreveram, em 2006, o livro Pavimentação Asfáltica: Formação Básica para Engenheiros, que serve de base para cursos de engenharia civil por todo Brasil. Junto com o livro, foi disponibilizado um  material digital para 30 aulas, preparado para auxiliar os professores a espalhar o conhecimento, além de aulas para os docentes interessados, capacitando pessoas que ampliariam ainda mais o alcance do projeto. A pesquisadora, junto com seus parceiros nesse trabalho, viajou para todos os cantos do Brasil na implantação desse curso. Até hoje, ela conta que continua recebendo retornos de alunos graças a esta iniciativa com muita satisfação. Além disso, a professora é uma grande entusiasta das modalidades de pesquisa em rede, procurando, sempre que possível, unir os conhecimentos e os projetos com outros centros de tecnologia pelo mundo que estejam trabalhando em áreas semelhantes. Liedi Bernucci assumiu oficialmente a direção da Poli no dia 8 de março de 2018. Em 124 anos de instituição, a primeira mulher a ocupar a posição máxima na gestão da Escola tomou posse no Dia da Mulher. Há dois anos no cargo, a professora Liedi já lidou com o lado bom e aquele nem tanto da diretoria. Quando fala sobre isso, um ponto de destaque é o autoconhecimento. A diretora diz que aprendeu sobre si mesma: aprendeu que é muito boa com algumas situações, e que em outras, o melhor a fazer é delegar para a pessoa certa. A exemplo de suas colegas que contribuíram com esse especial em homenagem a mulheres pioneiras, hoje, em um cargo mais alto, ela pontua que consegue sentir diferenciação de gêneros mais forte nesse ambiente do que havia sentido no âmbito profissional, no qual, na verdade, ela não sente nenhuma restrição. Mas ela escolhe não ligar. “Tem coisas que as pessoas falam, na maior parte das vezes sem querer, porque estão habituadas a falar e a sociedade a aceitar — cada vez menos”. Porém, isso não a desmotiva nem um pouco. “É como na graduação, quando faziam isso e me incentivavam ainda mais”. Uma das preocupações de Liedi como gestora, agora, é exatamente o desenvolvimento emocional, das chamadas soft skills, dos alunos e alunas da Poli, e  este é um dos projetos no qual ela está trabalhando atualmente. Algo que chama a atenção na diretora da Escola Politécnica é que ela percebe os fatores do meio que são afetados pelo fato dela ser mulher, mas nunca se deixou prejudicar, usou o ambiente como motivador para continuar sua trajetória. Hoje, Liedi Légi Bariani Bernucci é doutora em Engenharia Civil, professora titular no Departamento de Engenharia de Transportes da Poli, coordenadora do Laboratório de Tecnologia de Pavimentação (LTP), um laboratório de pesquisa respeitado, vencedora de inúmeros prêmios, pesquisadora e Bolsista de Produtividade em Pesquisa nível 1C do CNPq. Casada, mãe de dois filhos, teve sua primeira neta em 2019, mais de 160 trabalhos publicados. Primeira diretora mulher da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. E, sobretudo, uma mulher persistente. *o Airbus A380 é o maior avião comercial do mundo. No Brasil, só três aeroportos estão certificados para recebê-lo: Guarulhos, Viracopos e Galeão. Liedi Bernucci, no dia de sua posse na diretoria da Escola Politécnica da USP. Reproduzir vídeo Vídeo da cerimônia de posse da direção da Escola Politécnica da USP para a gestão 2018-2022 Acompanhe a Poli nas redes sociais! Facebook Twitter Youtube Instagram Flickr Linkedin

Nota de Falecimento: Professor José Woiler, do Departamento de Engenharia de Produção da Poli-USP

É com pesar que comunicamos o falecimento do Prof. José Woiler, docente aposentado do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da USP, ocorrido no dia 22/04/2020. Graduado e Mestre em Engenharia de Produção pela Escola Politécnica da USP, obteve o titulo de “Master of Science in Engineering Management” pela Universidade de Stanford (EUA). Além de ter ministrado diversas disciplinas no PRO (Economia e Engenharia Econômica, Contabilidade e Custos, Princípios de Administração de Empresas, entre outras), foi consultor e diretor de empresas nacionais e multinacionais. Desde 2017, era membro do Conselho Fiscal da Fundação Vanzolini. Nossos sinceros sentimentos aos familiares e amigos. Chefia do Departamento de Engenharia de Produção da Poli-USP

Cruesp emite nota sobre o isolamento social durante a pandemia de COVID-19

Cruesp emite nota sobre o isolamento social durante a pandemia de COVID-19 Conselho enfatiza a importância do isolamento e manifesta preocupação diante das pressões pelo afrouxamento precoce da medidaEm meio aos desafios e hipóteses que ainda cercam a pandemia de covid-19, está claro que o isolamento social rigoroso é a ação mais eficaz para evitar a rápida disseminação da doença e o consequente colapso do sistema público de saúde.O Cruesp enfatiza a importância do isolamento e manifesta preocupação diante das pressões pelo afrouxamento precoce da medida. Quando ocorrer, este deverá basear-se em critérios objetivos e ser posto em prática de forma planejada e cautelosa, com acompanhamento contínuo e manutenção das recomendações para que a população use máscaras e evite aglomerações.O descrédito de alguns segmentos da sociedade na eficácia do isolamento social fundamenta-se em uma oposição fantasiosa entre desempenho da economia e proteção da saúde pública, alimentada por notícias falsas com viés ideológico. Trata-se de uma visão equivocada, que ignora o fato de que é impossível haver crescimento econômico em um contexto prolongado de epidemia, falta de assistência e crise nos hospitais.A correlação entre isolamento social e paralisação total do País também é incorreta. Embora a quarentena de fato afete alguns setores de modo bastante incisivo – para os quais são necessárias políticas públicas urgentes e ações de apoio por parte da sociedade civil –, este pode ser, para outros, um momento de plena produtividade e inovação.Nas três universidades estaduais paulistas, grupos de pesquisa esforçam-se para encontrar formas de combater a covid-19, enquanto os alunos dão continuidade aos estudos com o auxílio de tecnologias de comunicação remota. Seus hospitais, localizados na capital e no interior, prestam atendimento exclusivo pelo SUS a uma parcela significativa da população do Estado e são referência no tratamento de pacientes infectados com o novo coronavírus.A maior contribuição que as três universidades paulistas podem dar contra esta pandemia e outros males contemporâneos é a produção de conhecimento científico, o qual deve ser sempre o único a embasar a elaboração e justificar a adoção ou o cancelamento de políticas públicas como a que determina, por ora, o necessário isolamento social da população.São Paulo, 21 de abril de 2020.Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp)

Equipe do projeto INSPIRE divulga comunicado oficial sobre o resultado dos testes do ventilador pulmonar

INSPIRE Ventilador Pulmonar Emergencial, Aberto e de Baixo Custo Comunicado Oficial  001 20/04/2020 Nos dias 13 e 14 de Abril de 2020 foi realizado estudo do Ventilador Emergencial INSPIRE  com animais, com o devido trâmite de Comissão de Ética em Pesquisa. O estudo foi coordenado pela Professora Titular Denise Tabacchi Fantoni com o auxílio da Professora Dra. Aline Ambrósio, ambas do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP. Estes ensaios foram realizados no Laboratório 08 de Investigações Médicas da Faculdade de Medicina da USP, LIM08, coordenado pelo Professor Titular José Otávio Costa Auler Junior com o auxílio da Dra. Denise Aya Otsuki, ambos da Disciplina de Anestesiologia do Departamento de Cirurgia da FMUSP. O ventilador emergencial INSPIRE foi testado em dois animais e foi considerado aprovado neste estudo. Nos dias 17, 18 e 19 de Abril foram realizados estudos com pacientes, com o devido trâmite na Plataforma Brasil do CONEP, Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, sob a coordenação do Professor Titular José Otávio Costa Auler Junior e com auxílio da Professora  Filomena Regina Barbosa Gomes Galas, Professora Associada do Departamento de Cirurgia, Disciplina de Anestesiologia da FMUSP e Médica Supervisora da UTI Cirúrgica e da Divisão de Anestesiologia do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP e do Fisioterapeuta Dr. Alcino Costa Leme. Este estudo foi realizado com quatro pacientes, nas dependências do INCOR Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP. O Ventilador Emergencial INSPIRE foi considerado aprovado neste estudo, inclusive no modo assistido controlado por pressão. Não houve nenhuma intercorrência com os pacientes ventilados com o INSPIRE.  Nos próximos passos, os documentos serão enviados aos órgãos competentes, inclusive à ANVISA. Prof. Dr. José Otávio Costa Auler Junior FM-USP Profa. Dra. Denise Tabachi Fantoni FMVZ-USP Prof. Dr. Marcelo Knorich Zuffo EP-USP Prof. Dr Raul Gonzalez Lima EP-USP   São Paulo, 20 de Abril de 2020 Escola Politécnica da USP   www.poli.usp.br/inspire

Concurso público de títulos e provas visando o provimento de 01 (um) cargo de Professor Titular no Departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

Concurso público de títulos e provas visando o provimento de 01 (um) cargo de Professor Titular no Departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Edital 024-2020  

Com estágio obrigatório, professores e alunos da Poli buscam soluções para período de quarentena

Com estágio obrigatório, professores e alunos da Poli buscam soluções para período de quarentena Devido ao congelamento de contratações de estágio, estudantes de engenharia química precisam de oportunidades para conseguirem cumprir exigência curricular, seja em empresas ou projetos de pesquisa O curso de Engenharia Química da Escola Politécnica (Poli) da USP tem um formato diferenciado, em que os estudantes alternam os períodos de aula e estágio (veja imagem). O modelo Cooperativo, como o próprio nome sugere, exige parcerias com empresas, uma vez que esses estágios são obrigatórios e considerados parte da formação acadêmica dos alunos. Neste contexto, devido à quarentena imposta pelo coronavírus, os alunos e a coordenação do curso estão encontrando dificuldades para encontrar vagas para que os alunos possam realizar seus estágios no período adequado.A postura da Escola tem sido de acolhimento quanto às dificuldades dos alunos, e estão sendo consideradas diversas possibilidades para solucionar a questão. O trabalho voluntário em projetos de pesquisa da Universidade relacionados ao COVID-19, novas parcerias com empresas e a discussão de novos formatos de estágios, estão entre as medidas adotadas.A Associação de Engenharia Química (AEQ), centro acadêmico de Engenharia Química da Poli, junto à coordenação de estágios do curso e professores, estão conversando com empresas para buscar novas parcerias, dentro do contexto atual. Para entrar em contato com a equipe que está coordenando esta iniciativa, acesse o link.O professor Marcelo Seckler, do Departamento de Engenharia Química ressaltou que era um objetivo anterior à crise fomentar a atuação dos alunos em projetos de pesquisa da universidade em seus períodos de estágio, e neste momento a contribuição dos alunos pode ser muito oportuna. “A atuação dos alunos que queiram trabalhar como voluntários em projetos relacionados ao COVID-19 será aceita como um estágio. Nosso objetivo é acolher os alunos em suas dificuldades”. Acompanhe as redes sociais da Poli: Facebook Twitter Youtube Instagram Flickr Linkedin

Poli-USP abre inscrições para cursos de especialização (pós-graduação lato sensu) nas áreas de gestão e negócios

O Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (PRO/Poli-USP) está com inscrições abertas para quatro novas turmas dos cursos de Especialização (Pós-Graduação Lato Sensu com certificado USP) nas áreas de gestão e negócios. Com carga horária de até 412 horas, os cursos têm início previsto entre maio e agosto de 2020 (verificar abaixo as datas) e são operacionalizados pela Fundação Vanzolini, instituição mantida e gerida por professores deste departamento. Diferenciais como o aumento da empregabilidade, reconhecimento profissional, senso empreendedor e desejo de redirecionamento de carreira são alguns dos principais motivos para fazer uma pós-graduação tornando seu currículo mais competitivo e apto a concorrer com vantagem em qualquer processo seletivo. O investimento em um curso de especialização evidencia o fato de que o indivíduo está disposto a aperfeiçoar e atualizar seus conhecimentos, destacando-se no mercado de trabalho atual. A percepção de uma real necessidade ou demanda em seu campo de atuação e o conhecimento das modalidades e cursos ofertados são os fatores essenciais que compõem o momento ideal. Quando escolhida de forma consciente, a pós-graduação auxiliará o profissional em sua jornada até o cargo ou posição almejada. No entanto, quando mal planejada ou em desalinho com seus objetivos, será apenas uma linha a mais em seu currículo. Além disso, cursar uma pós-graduação na USP agrega não apenas um peso para o currículo do especialista, mas proporciona uma visão de futuro e conhecimento profundo sobre o mercado da Engenharia de Produção. Ter a experiência de estudar na USP, portanto, é estar conectado com um universo de conhecimento capaz de proporcionar uma transformação na maneira de pensar e inovar, entregando para o mercado de trabalho uma postura de busca de melhorias inovadoras que se consolidam na carreira. Conheça os cursos, certificados pela USP, ideais para sua carreira e transforme o seu futuro profissional: Pós-graduação USP em Qualidade e Produtividade Inscrições até: 05/05/2020 l Início em: 12/05/2020 | Horário: 3ª e 5ª feira – 19h30 às 22h30. Pós-graduação USP em Gestão de Projetos Inscrições até: 29/05/2020 l Início em: 05/06/2020 | Horário: 6ª feira das 19h30 às 22h30 e Sábado das 8h30 às 11h30. Pós-graduação USP em Administração Industrial Inscrições até: 04/05/2020 l Início em: 11/05/2020 | Horário: 2ª a 6ª feiras das 19h30 às 22h30 e Sábados das 8h10 às 14h30. Pós-graduação USP em Logística Empresarial Inscrições até 20/08/2020 l Início em: 27/08/2020 l Horário: 4ª e 5ª feiras das 19h às 22h20

Jornal da USP cobre evento virtual promovido pela Escola Politécnica

  Mariana Fulfaro e Iberê Thenório, do Canal Manual do Mundo, anunciaram os vencedores da 18a. edição da Febrace – Foto: Reprodução / YouTube 14/04/2020 – Devido à quarentena imposta pela pandemia, a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia de 2020, organizada pela Poli-USP, teve a edição de 2020 realizada virtualmente. A tradicional premiação dos jovens cientistas, realizada no último dia, também foi realizada por meio da internet. O Jornal da USP realizou a cobertura do evento, que pode ser conferida no link abaixo.   “Incentivar práticas pedagógicas inovadoras nas escolas pode despertar entre os alunos vocações nas áreas de ciências e engenharia, além de abrir caminho para o desenvolvimento de novos talentos. Esse é a premissa da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), que reuniu em sua 18ª edição, entre os dias 23 de março e 4 de abril, projetos de 761 estudantes do ensino fundamental, médio e técnico de 295 escolas de todo o País. Realizada de forma virtual, a mostra deste ano contou com 345 projetos que foram avaliados à distância, em teleconferências fechadas, num processo que envolveu cerca de 300 especialistas avaliadores”.   Confira a matéria na íntegra no link:  https://jornal.usp.br/universidade/jovens-cientistas-de-todo-o-pais-sao-premiados-em-evento-virtual-da-usp/