Arquivo mensais:abril 2020

Grupo de acolhimento da Poli realizará fórum online para trocas de experiências durante a quarentena

Desde o dia 17 de março, as atividades acadêmicas da Escola Politécnica (Poli) da USP estão sendo realizadas remotamente, devido à quarentena imposta pela pandemia da COVID-19. Para que alunos e professores possam compartilhar suas vivências durante este período, o Grupo de Acolhimento da Poli irá promover um fórum de discussão, online, no dia 14 de abril, às 17h, para que os participantes possam compartilhar suas experiências acadêmicas, com estão estudando e lidando com a situação. Para participar, é necessário se inscrever no link. O professor Laerte Idal Sznelwar, um dos coordenadores do grupo de acolhimento e promoção da saúde da Poli, explica que esta ação pretende criar um momento de troca  e escuta, apesar de um tempo limitado, para que essas experiência inusitada possa ser enriquecedora, e que as mudanças positivas possam ter continuidade na universidade.

As contribuições de Inés Pereyra pela microeletrônica na América Latina

As contribuições de Inés Pereyra pela microeletrônica na América Latina — A física surgiu porque eu desde pequena gostei muito da parte de exatas, da matemática, foi natural. A minha mãe é professora de matemática, então já vinha um pouco de família.Inés Pereyra, hoje professora titular no Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos da Escola Politécnica da USP, entrega sua origem argentina ao falar, carregando ainda um leve sotaque, mesmo após décadas no Brasil. Física de formação, Inés conta que a engenharia surgiu na sua vida durante a graduação. Após trocar a matemática pela física na Universidad de Buenos Aires, a então estudante se deparou com dispositivos semicondutores no seu trabalho de conclusão de curso, e começou a estudar microeletrônica. “Então meu encontro com a engenharia foi do ponto de vista dos dispositivos semicondutores, que é um ponto onde convergem a física e a engenharia”, conta a professora, rodeada por livros e papéis em sua sala bem iluminada no final de um corredor escondido do prédio da engenharia elétrica. Inés Pereyra é professora titular da Escola Politécnica. Foto: acervo pessoal. Ela revela que, quando ingressou no curso de matemática, mal conhecia a física. Porém, ao fazer disciplinas da matéria na faculdade de ciências exatas e naturais, acabou se encantando. “Porque, na verdade, a matemática é muito abstrata, a parte da física eu já via muito mais concreta, onde você aplica matemática. E eu sempre gostei de aplicar, tanto que depois como física eu fui para a microeletrônica, onde você usa física para a engenharia”.Depois de concluir a graduação, Inés Pereyra partiu de seu país natal para continuar a formação no exterior. Fez doutorado e pós-doutorado nos Estados Unidos, em Delaware, trabalhando com materiais semicondutores e dispositivos fotovoltaicos. E foi através dessa pesquisa que ela veio parar no Brasil, já na Escola Politécnica. A pesquisadora conta que, naquela época, estavam formando um grupo de estudos de células solares aqui na universidade, para o qual ela foi “praticamente convidada”. A vontade de trabalhar novamente na América Latina falou mais alto, então acabou ficando por aqui.   Inés Pereyra contribui com o avanço da microeletrônica do país. Foto: acervo pessoal. Como professora e pesquisadora, Inés Pereyra ajudou muito no desenvolvimento de dispositivos no Brasil, incluindo seu trabalho com células solares. “Acho que minha maior contribuição foi mostrar que aqui, nestes países (da América Latina), dá para efetivamente implementar desenvolvimento”, conta, com orgulho. Na Poli, ela fundou e liderou o Grupo de Novos Materiais e Dispositivos, e atualmente é coordenadora geral do Laboratório de Microeletrônica (LME), onde promove uma pesquisa multidisciplinar em conjunto com o Instituto de Química para o desenvolvimento de sensores eletroquímicos de aplicação biológica e na indústria química. Segundo Inés, os dispositivos estão “indo bastante bem”.— Como mulher nessa área é muito interessante. Naquela época era um bicho estranho. Ser mulher, física. Eu fiz um doutorado, mesmo lá nos Estados Unidos não tinha muitas mulheres nessa área, então sempre, assim… Aquela coisa estranha.Porém, para Inés, isso nunca foi uma questão. Tendo uma mãe professora de matemática, a presença das mulheres nas exatas sempre pareceu muito natural à docente, que soube desde o início que era isso o que queria fazer. Ela conta que, quando chegou à Poli, não tinha nenhuma professora titular na engenharia — hoje, elas são nove. Então, os avanços estão acontecendo, embora ainda não tenha tantas alunas, lembra a doutora. “Mas que é difícil, é difícil. Eu pessoalmente não senti que a minha carreira foi dificultada pelo fato de ser mulher, mas sim que era uma coisa considerada um pouco fora do lugar”.

Professor da Poli coordena acordo internacional para gestão e compartilhamento de dados climáticos

Pedro Luiz Pizzigatti Corrêa, professor do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais da Poli- USP, e coordenada acordo entre instituições de pesquisa brasileiras e o Oak Ridge National Laboratory, do Departamento de Energia dos Estados Unidos Maria Fernanda Ziegler | Agência FAPESP – Pesquisadores coletam diariamente, na Amazônia e em outras regiões brasileiras, milhares de dados sobre as condições da atmosfera, entre eles a concentração de material particulado e de gases, as propriedades de nuvens e os parâmetros meteorológicos como temperatura, umidade e velocidade dos ventos. Essas informações ajudam a entender, por exemplo, o impacto da poluição no clima e no ciclo hidrológico. Também permitem estimar como determinadas localidades serão afetadas pelas mudanças climáticas. Boa parte dos dados gerados não é publicada e permanece inacessível à grande maioria dos cientistas. Com o objetivo de mudar esse panorama e de contribuir para a melhoria do sistema de ciência e tecnologia do país, a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) firmaram um acordo com o Oak Ridge National Laboratory, do Departamento de Energia dos Estados Unidos. A instituição tem 27 anos de experiência na gestão de dados ambientais e atmosféricos. A cooperação envolve a troca de conhecimento (compartilhamento de dados e softwares de código aberto) e o intercâmbio de pesquisadores para o aprendizado de técnicas e mecanismos de gerenciamento de dados, integração, compartilhamento, modelagem e visualização de dados. O tema foi debatido no 5º Workshop on Data Science – Challenges in Brazilian Context to Promote Atmospheric Data Management , realizado em fevereiro, na Escola Politécnica (Poli) da USP. O acordo visa apoiar o desenvolvimento de um sistema e de serviços computacionais para que a gestão e a curadoria dos dados atmosféricos possam ser feitas nas instituições brasileiras, a começar pelas informações coletadas em projetos apoiados pela FAPESP, como a campanha científica GoAmazon (Green Ocean Amazon) e o projeto “O ciclo de vida de aerossóis e nuvens na Amazônia”, vinculado ao Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG). “Estima-se que mais de 80% dos dados atmosféricos coletados não são publicados. E, em geral, eles são obtidos com recursos públicos. São, portanto, dados públicos. Avançar na gestão desse conhecimento, disseminando-o e tornando-o acessível aos demais cientistas, é otimizar o uso dos recursos. Contribui ainda para o avanço da ciência, pois mais pesquisadores e a sociedade como um todo poderão ter acesso a essas valiosas informações”, disse Paulo Artaxo, pesquisador do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP) e membro da coordenação do PFPMCG. A iniciativa tende a solucionar um gargalo importante na pesquisa como um todo. No mundo, há maior coleta do que análise de dados. Isso porque, enquanto o investimento em infraestrutura e o avanço tecnológico permitiram avançar nas formas de coleta, ainda é necessário muito tempo e capital humano para análises baseadas em big data. Esse é o foco do Grupo de Estudos, Pesquisa e Extensão em Big Data da Poli-USP, organizador do evento. “A soberania do país está relacionada com a capacidade de gerir esses dados, fazer descobertas a partir deles e desenvolver uma infraestrutura brasileira. É importante criar essa competência. Nossa ciência atmosférica é muito avançada e é preciso também capacitação e infraestrutura para trabalhar com grandes volumes de dados atmosféricos, que permitam a gestão e a curadoria integrada, envolvendo desde a aquisição, o processamento, a publicação e até a análise das informações”, disse Pedro Luiz Pizzigatti Corrêa, professor do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais da Poli- USP e coordenador do acordo. Segundo Corrêa, a formalização do convênio com o laboratório do Departamento de Energia dos Estados Unidos vai permitir que cientistas brasileiros possam aplicar o conhecimento de outras iniciativas de gestão de dados atmosféricos, além de se capacitar para desenvolver uma infraestrutura adequada ao cenário nacional. “O objetivo é trazer essa competência para o Brasil, gerando uma infraestrutura computacional adequada ao nosso ambiente de pesquisa e, ao mesmo tempo, formar pesquisadores capazes de gerir essa infraestrutura”, disse Corrêa. De acordo com Artaxo, em todas as áreas da ciência é extremamente importante fazer o gerenciamento e a otimização do uso de dados e o acordo é um passo importante para facilitar o compartilhamento do conhecimento. “A quantidade de dados ambientais coletada atualmente é enorme e ferramentas de visualização e disponibilização de big data são absolutamente necessárias. São dados importantes, às vezes históricos, mas, por causa do grande volume, impossíveis de serem analisados e publicados por um único grupo de pesquisa ou pesquisador. Acabam sendo colocados na gaveta ou deixados no hard disk de um computador qualquer. Apesar de serem únicos, provavelmente estarão perdidos daqui a 10 ou 20 anos, com informações valiosas financiadas pelo Estado”, disse Artaxo, que também é membro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU). A ideia é que, com a colaboração, os dados fiquem abertos para a população em geral acessar, assim como já acontece em plataformas como o Programa de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia (Prodes) do Inpe, que traça o histórico dos últimos 30 anos de focos de desmatamento na Amazônia. “O objetivo é integrar. Com a colaboração será possível agregar dados de diferentes naturezas: de emissão atmosférica, de mudanças climáticas, variáveis meteorológicas e de desmatamento. Assim, será possível, por exemplo, verificar em uma única plataforma se em um ano de muita poluição havia muito foco de queimada”, disse Luciana Varanda Rizzo, professora da Unifesp e integrante do GoAmazon. Outra vantagem do projeto está em incentivar a interdisciplinaridade. “É muito dado para pouca gente trabalhar. Ao compartilhá-los, é possível que pesquisadores de outras áreas façam correlações, por exemplo, ajudando a identificar o impacto da poluição na população de uma determinada espécie”, disse Rizzo. No acordo, o Atmospheric Radiation Measurement (ARM) – programa responsável pelo desenvolvimento de ferramentas computacionais do Oak Ridge National Laboratory – vai fornecer recursos para gestão, compartilhamento e visualização de dados atmosféricos para que pesquisadores da USP, Unifesp e Inpe possam operacionalizar um Centro de Gestão de Dados Atmosféricos, com grandes bancos de dados, sistemas de compartilhamento e de inteligência artificial para o melhor aproveitamento das informações coletadas. Desde 2015, a maior parte dos dados do projeto GoAmazon é depositada no ARM. A outra parte está no repositório do Instituto Max Plank, na Alemanha. “Estamos trabalhando com a USP nos últimos cinco anos para o compartilhamento de dados, padrões de dados abertos e gerenciamento de dados. Nos próximos três anos, trabalharemos inicialmente no sentido de compartilhar conhecimento e desenvolver algumas ferramentas. O acordo que estamos desenvolvendo vai permitir também a mobilidade de alunos para a capacitação”, disse Giri Prakash, diretor do Data Center do ARM. Atualmente, o gerenciamento de dados dos projetos de pesquisa é feito exclusivamente pelo pesquisador. “Como hoje temos uma quantidade brutal de dados sendo coletada, nem todos os pesquisadores têm o conhecimento, a infraestrutura e o tempo necessário para disponibilizar esse material. Por isso, serão construídas ferramentas para facilitar o trabalho desses pesquisadores”, disse Artaxo. Desde 2017, a FAPESP exige um Plano de Gestão de Dados entre os anexos obrigatórios de propostas submetidas, especificando quais dados serão produzidos e como serão gerenciados, compartilhados e preservados.   Este texto foi originalmente publicado por Agência FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.

Jovem Pan: USP produzirá 1 milhão de máscaras para hospitais

Em entrevista ao Jornal da Manhã – 2ª Edição, da Rádio Jovem Pan, o professor da Escola Politécnica (Poli) da USP, Vanderley John, explicou a proposta da universidade com o projeto “Respire”, que pretende fazer itens de proteção em larga escala, e os pontos de atenção para a fabricação caseira das máscaras. Segundo Vanderley, a USP já iniciou a produção das máscaras cirúrgicas na segunda-feira (6). A iniciativa quer produzir cerca de 1 milhão de unidades do item de proteção, usado no combate ao coronavírus, que será utilizado pelos profissionais de hospitais da universidade. Acesse a matéria completa aqui.

G1 apresenta projeto de ventiladores pulmonares da Poli

  Frente à pandemia do Covid-19, professores da Escola Politécnica desenvolveram ventilador pulmonar      31/3/2020 – O professor do Departamento de Engenharia Mecânica da Poli, Raul González Lima,  especialista na área de engenharia biomédica, coordenador do projeto INSPIRE, explicou para o portal de notícias G1 como estão sendo desenvolvidos os ventiladores pulmonares, e o seu objetivo de desenvolver equipamentos hospitalares durante a pandemia do coronavírus.  “Buscamos montar um equipamento que pudesse utilizar ao máximo componentes que já existem no mercado brasileiro, não dependendo muito de importação, e que pudéssemos acionar os fabricantes para aumentar sua produção”, explicou o professor.   Confira a matéria completa no link: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2020/03/31/coronavirus-pesquisadores-da-usp-criam-ventilador-pulmonar-para-emergencias-feito-em-2-horas-e-15-vezes-mais-barato.ghtml

Poli integra projeto da USP que testa materiais para produzir 1 milhão de máscaras para hospitais

6/4/2020 – Máscaras que irão para 8 mil profissionais de saúde têm eficiência de até 97% em reter vírus. Também começam testes de máscaras com tecidos de algodão de camiseta, para uso geral O professor Vanderley John, da Escola Politécnica (Poli) da USP, é um dos coordenadores da iniciativa, e explicou ao Jornal da USP que a prioridade é garantir máscaras para proteger os profissionais que vão cuidar dos pacientes com covid-19. “Sem eles não há atendimento hospitalar. Sabe-se também que a combinação de máscaras, isolamento social e higiene pode ajudar os cidadãos a diminuir risco de contágio quando tiverem que sair de casa”, destaca. “Estamos nos preparando também para fornecer subsídios às pessoas, a fim de que selecionem melhor os tecidos usados na confecção de máscaras artesanais.” Leia a matéria completa neste link: https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-exatas-e-da-terra/usp-testa-materiais-para-produzir-1-milhao-de-mascaras-para-hospitais-opcoes-caseiras-tambem-serao-avaliadas/

Jornal Nacional apresenta projeto de pesquisadores da Poli, de ventiladores mecânicos de baixo custo

3/4/2020 – O Jornal Nacional da sexta-feira, dia 3 de abril, abordou o projeto INSPIRE, desenvolvido por pesquisadores da Escola Politécnica (Poli) da USP. Assista à reportagem no link https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2020/04/03/pesquisadores-em-sao-paulo-desenvolvem-ventiladores-pulmonares-mecanicos-de-baixo-custo.ghtml

Politécnico funda empresa especializada no desenvolvimento e fabricação de drones

Politécnico funda empresa especializada no desenvolvimento e fabricação de drones A Xmobots é uma empresa brasileira que cria aeronaves não tripuladas para aplicações de engenharia, agronomia e topografia. Tendo a inovação tecnológica como grande interesse desde a graduação, o politécnico Giovani Amianti usou seu interesse na área para fundar a Xmobots, empresa especializada no desenvolvimento e fabricação de drones. Formado em Engenharia Mecatrônica pela Escola Politécnica (Poli) da USP, o hoje CEO da empresa conta que seu entusiasmo pelo ramo surgiu em 2004, quando estava no final da graduação. Pouco tempo depois, voltou à Poli já com um projeto inicial de um dos seus futuros drones para seu mestrado. O engenheiro conta que os estudos na Poli forneceram o alicerce para o desenvolvimento dos projetos e a idealização do que hoje é a Xmobots.A Xmobots foi fundada oficialmente em 2007 por um grupo de mestrandos da Poli, nascendo dentro do Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia da USP (Cietec-USP). Hoje, a sede da empresa é em São Carlos, segundo pólo aeronáutico de São Paulo. “Apostamos todas as nossas fichas na inovação devido ao grande desenvolvimento da indústria nacional de base tecnológica, o setor do agronegócio, por exemplo, ganhou um grande aliado capaz de garantir maior produtividade nas lavouras: os Vants (Veículos Aéreos não Tripulados), também conhecidos mundialmente como drones”, conta Amianti. Empresa brasileira especializada em Aeronaves Remotamente Pilotadas (RPAs) para mapeamento, a Xmobots possui quatro modelos em seu portfólio:  Nauru 500C, Arator 5B, Echar 20D e Apoena 1000B (aeronave de 32 quilos que ficou conhecida como o primeiro avião não tripulado a sobrevoar a Amazônia). Todo o processo, desde a pesquisa, passando pelo desenvolvimento de mecânica, hardware e software presente nos drones, até a instrução de pilotagem e manutenção, é feito pela Xmobots. “Estamos trabalhando em novos projetos para atender as demandas dos principais setores de usuários dos equipamentos como agricultura, segurança e agropecuária. A Xmobots é a primeira empresa de drones a ultrapassar a marca de 100 funcionários no Brasil e nossa expectativa para 2020 é triplicar a equipe”, conclui Giovani Amianti.  Giovani Amianti, politécnico e fundador da Xmobots. Foto: Arquivo pessoal.

QUINTO COMUNICADO DA REITORIA À COMUNIDADE ACADÊMICA

QUINTO COMUNICADO DA REITORIA À COMUNIDADE ACADÊMICA Prezados(as) colegas, Quero expressar meu profundo agradecimento a todos que, de diversas formas, estão garantindo o ambiente de intensa cooperação e trabalho na USP. Já são três semanas de suspensão das aulas presenciais e duas de redução das atividades administrativas nos campi e de incentivo ao teletrabalho. Com a determinação de hoje, 06/04, do Governo do Estado de São Paulo, serão mais 15 dias de isolamento social. A USP cumprirá a quarentena sem data definida para retorno às atividades presenciais. A Reitoria fará a orientação em momento oportuno. Mais do que nunca, as universidades estão demonstrando sua importância para a sociedade. A USP é um exemplo de instrumento de enfrentamento à pandemia por suas pesquisas nos diferentes laboratórios, pelo desenvolvimento de novas técnicas e equipamentos e pela atuação direta e ininterrupta nos hospitais e postos, cuidando da saúde da população. A superação neste momento de intensa crise acontece sem deixar de dar continuidade às atividades letivas e culturais e sem nunca descuidar da segurança de seus servidores e estudantes. Nos meus 50 anos de trajetória na Universidade, nunca tinha visto a USP ser tão respeitada pelas autoridades, notadamente as da área da saúde, pela grande mídia e pela população em geral. A sociedade, prontamente, compreendeu que todo o dinheiro investido nesta Instituição pública, gratuita, de pesquisa e de padrão internacional está retornando de forma clara e multiplicada em benefício social. Um reflexo desse reconhecimento é a sociedade nos utilizar como referência como fonte de informação científica confiável, como se denota no grande número de acessos às páginas do Jornal da USP registrado nas últimas semanas. Na parte de ensino, tenho a satisfação de constatar que quase 90% das disciplinas de graduação com abordagem teórica ou teórico-prática estão sendo oferecidas, utilizando-se da tecnologia e da criatividade de professores e estudantes. As dificuldades iniciais vão sendo superadas a cada dia. O problema de alguns alunos em conseguir acesso à internet será minimizado com a distribuição programada de modens e chips para celulares, alugados pela Universidade. Na pós-graduação, as atividades didáticas, de orientação, exames de qualificação e até defesas de teses e dissertações estão em ritmo elevado, apesar de, em algumas situações, as atividades laboratoriais não poderem ser realizadas de forma plenamente satisfatória. Os esforços na área do ensino têm grande repercussão na sociedade e na carreira de nossos alunos ao reduzir o período de recuperação e evitar o risco de perda do ano letivo. Certamente, ao sairmos desta crise sem precedentes, a sociedade necessitará de profissionais competentes e a USP estará mais uma vez presente, inserindo no mercado de trabalho seus 15 a 16 mil formados de 2020. No que tange ao vestibular 2021, o calendário será mantido. Na parte de pesquisa, a atuação da nossa instituição é marcante. Em poucos dias, quase uma centena de grupos começaram ou direcionaram suas pesquisas para temas relacionados à covid-19. Pela larga experiência dessas equipes, os resultados têm sido imediatos. Tudo isso está sendo feito simultaneamente ao aumento das atividades assistenciais nos hospitais, centros de saúde e nos internatos estudantis e residências. Todo esse esforço está sendo compilado para apresentação à sociedade na página do Jornal da USP. As atividades culturais e de extensão, em alguns casos, foram intensificadas, mesmo não sendo oferecidas presencialmente. A USP rapidamente disponibilizou programação cultural variada para a população pensando em colaborar com o isolamento social e trazer às famílias momentos de convívio diferenciados. Recomendo que acompanhem a programação nos sites cultura.usp.br ou prceu.usp.br, que tiveram, nos últimos dias, mais de 30 mil acessos. Toda essa agilidade é prova de que a USP é uma instituição madura academicamente e estava preparada para responder a esse desafio. Mais ainda, a Universidade continua atuante para resolver os problemas graves da sociedade durante a crise. Por tudo isso, agradeço a cada docente que se esmera para manter as atividades didáticas e de pesquisa, se adaptando e se adequando à nova realidade; agradeço a cada funcionário e funcionária técnico e administrativo, que presencialmente ou remotamente, estão garantindo a consecução de suas tarefas; agradeço a cada estudante, que se empenha na busca ininterrupta por conhecimentos para dar continuidade à sua formação; e aos pós-doutorandos, professores visitantes e pesquisadores, que se desdobram para manter as suas pesquisa. Faço agradecimento especial aos colegas profissionais da saúde, que, diuturnamente e incansavelmente, atuam nos nossos complexos hospitalares, trazendo conforto à população atemorizada e perplexa. Quero encerrar com uma mensagem otimista em relação ao futuro. A postura dos nossos estudantes é a garantia de um amanhã melhor para o país. São inúmeros os que organizaram grupos para se ajudar mutuamente nas tarefas didáticas, vários deles tomaram iniciativas muito criativas para colaborar com os colegas com menos recursos. Alunos se dispuseram a auxiliar os docentes menos familiarizados com as ferramentas de informática, outros se propuseram a melhorar o material preparado para que fosse colocado à disposição de toda a sociedade. Temos alunos voluntários para a realização dos exames de diagnóstico e outros que pernoitam nos laboratórios para acelerar os estudos imprescindíveis no combate da doença. Esses jovens criaram um ambiente altamente motivador para nós, docentes e servidores, e, com seu dinamismo e generosidade, estão colocando a USP como uma instituição para solucionar e superar as adversidades ainda imensuráveis pelas quais estamos passando. Reforço meus agradecimentos e desejo muita saúde a todos. São Paulo, 6 de abril de 2020. Vahan Agopyan, reitor