Arquivo mensais:julho 2020

Poli na mídia: Pandemia mudou o trabalho e precisamos re-encantá-lo, afirma psicanalista

Confira entrevista com o professor Laerte Idal Sznelwar, do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da USP, especialista em saúde mental do trabalhador, para o portal ECOA, da UOL. Veja mais em https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias/2020/06/15/pandemia-mudou-o-trabalho-e-precisamos-re-encanta-lo-afirma-psicanalista.htm?utm_source=linkedin&utm_medium=social-media&utm_campaign=noticias&utm_content=geral&cmpid=copiaecola&cmpid=copiaecola

Webinar SciELO Brasil: novos critérios de indexação

ABEC Brasil convida para o webinar SciELO Brasil: novos critérios de indexação, com Denise Peres, Coordenadora da Unidade de Indexação (SciELO Brasil). Nesse webinar, serão abordadas questões essenciais sobre como preparar seu periódico para aprovação e manutenção na coleção SciELO Brasil. Quais são os novos critérios de indexação? Por onde começar? Como garantir a permanência do periódico nessa base de dados? Aproveite esta ocasião e participe desse webinar para troca de experiências sobre critérios de indexação na SciELO Brasil. Quando: Quinta-feira, 16 de julho de 2020, das 16h às 18h. Inscrições gratuitas! Garanta a sua vaga com antecedência! Clique aqui para se inscrever até 15.07.2020: abecbrasil.org.br/webinar  Aproveite e envie suas dúvidas a webinarista até 12.07.2020: webinar-2020@abecbrasil.org.br. O link da sala virtual e demais orientações serão enviados até 2 dias antes do evento.;

Poli oferece nova disciplina de empreendedorismo e inovação para estudantes de engenharia

Poli oferece nova disciplina de empreendedorismo e inovação para estudantes de engenharia A Escola Politécnica (Poli) da USP ofereceu, neste primeiro semestre de 2020, uma nova disciplina optativa, a “Empreendedorismo e Inovação em Engenharia (PMI 3817)”, no Departamento de Engenharia de Minas e Petróleo (PMI), ministrada pelos professores Giorgio de Tomi e Antonio Muscat. De Tomi conta que, mesmo neste semestre tumultuado devido à pandemia,  as aulas contaram com um grande engajamento dos 25 alunos. “Ela foi baseada em aprendizado ativo e simulou a jornada de uma startup, desde a sua ideação até o scale-up — empresas com rápido crescimento por um longo período de tempo, de forma escalonada”. Além do conteúdo teórico, os estudantes tiveram uma experiência intensa fora da sala de aula, onde puderam colocar em prática uma ideia para testar sua validade, e também assistiram palestras de profissionais de destaque no mercado de startups e tecnologia. O estudante do último ano do curso de Engenharia de Minas, Pedro Ferrufino, que cursou a nova disciplina, relata que “a matéria nasceu como empreendedorismo voltado para a cadeia mineral, mas acabou tendo uma abordagem mais ampla, quase como uma pré-aceleração de startups”. Segundo ele, durante o semestre foram apresentados conceitos que auxiliam no processo de transformar uma ideia num mínimo produto viável, com desafios que incluíram a realização da primeira venda.  Guilherme Monteiro, do terceiro ano  de Engenharia de Materiais, foi aluno da disciplina e é um dos fundadores da Liga de Empreendedorismo da Poli, grupo de extensão voltado para o aprendizado teórico sobre o tema. Ele conta que a disciplina não só abordou toda a parte teórica estudada na Liga, que inclui os livros considerados a base do empreendedorismo, como aprofundou a abordagem sobre eles, além de propor sua união com a parte prática do processo. Segundo ele, a disciplina envolvia juntar uma equipe, encontrar um problema grande do mercado, validar que era de fato um problema e começar a traçar uma solução para isso, representando basicamente o caminho que as startups realmente traçam — e, em alguns casos, chegarem a “monetizar” a iniciativa.  “A própria avaliação dos alunos mostra que essa foi uma disciplina fora da curva, que eu realmente recomendo para qualquer pessoa que um dia quer vir a empreender, porque é realmente um divisor de águas. Eu não acho que existe alguma outra disciplina na Poli onde as pessoas possam fazer isso”, comenta Guilherme. O estudante ainda aponta que, além de aprender muito sobre empreendedorismo e da parte prática, os alunos têm acesso a palestras sobre tecnologia durante as aulas. Ao longo da disciplina foram criadas cinco startups, que se apresentaram para uma banca formada por membros da Poli Angels, uma associação de investidores sem fins lucrativos formada por ex-alunos da Poli e renomados empreendedores do mercado. Dentre as startups criadas pelos alunos da disciplina em 2020, estão Meu Bebê Cresceu (comércio online de roupas de bebê); Park.E (aplicativo que propõe mudar a forma do usuário estacionar o seu veículo); Find My Dress (indicação e venda de peças de vestuário e acessórios online); Rent Agro (comércio online de equipamentos agrícolas) e Reciclei (incentivo para a reciclagem de materiais por meio de jogos — gameficação).  Sherida Figueiredo, aluna do último ano de Engenharia de Minas, conta que desde o primeiro dia ficou bastante claro que o foco da disciplina seria a criação de uma startup. “Meu grupo optou por criar uma startup chamada ‘Find my Dress‘. Vimos durante o curso que criar a ‘Find my Dress‘ é bem mais difícil do que imaginávamos. Tivemos que mudar muitas vezes nossa ideia, até que por fim pudemos apresentar nosso trabalho para empreendedores e recebermos nosso feedback”, revela a estudante. Algumas horas por semana foram investidas no projeto, e ao final aprenderam a definir e mapear suas ideias, desenvolver uma plano de custo, realizar tarefas de marketing e coordenação de uma startup. A nova disciplina teve o apoio da Diretoria da Poli, da Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia (FDTE), e contou com a colaboração no conteúdo e metodologia da PoliStart, entidade que trabalha com a aceleração de startups e aproximação de empresas com o processo de inovação aberta, e atua como um grupo de extensão da Poli. O próximo oferecimento será no primeiro semestre de 2021, e a matrícula será pelo sistema da Poli. Os alunos podem procurar a disciplina pelo código PMI3817. Acesse aqui a página da disciplina.  Leia mais: Ex-alunos da Poli-USP vão ajudar futuros engenheiros a empreenderhttps://www.poli.usp.br/noticias/12300-ex-alunos-da-poli-usp-vao-ajudar-futuros-engenheiros-a-empreender.html  Imagem: Freepik

Parceria entre Clarke Solutions e Poli proporciona inovações em laboratório

Parceria entre Clarke Solutions e Poli proporciona inovações em laboratório Uma parceria entre a Escola Politécnica (Poli) da USP e a Clark Solutions, empresa da área de separações térmicas e mecânicas, permitiu uma doação da empresa para realizar reformas de um laboratório didático na Poli, e a modernização de equipamentos. O professor José Luis de Paiva, do Departamento de Engenharia Química da Poli, explica que a modernização do espaço físico e dos atuais experimentos do Laboratório Didático de Fenômenos de Transporte contribui com a promoção da diversificação destes e o estabelecimento de um ambiente de criação e inovação dentro da universidade. “O aprendizado de ciências e engenharia é um processo que, para a maioria dos alunos, demanda uma interação com os fenômenos naturais para percepção de conceitos fundamentais. Assim, é nesse cenário que o laboratório oriundo da parceria entra em cena”.  O primeiro resultado da parceria entre Clark e Poli foi a reforma do espaço físico de um laboratório didático de 180 m2, localizado no prédio Semi-industrial, no campus da USP de São Paulo.  Nesta etapa, estão sendo feitas obras de infraestrutura, como reforma do piso, sistema de drenagem, pintura, substituição da rede elétrica e do sistema de iluminação.  Num segundo momento, será realizada a modernização dos experimentos já realizados, além da implementação de novos projetos em escala laboratorial e piloto. A colaboração também envolve a criação de um espaço para um laboratório de inovação, de cunho didático, para pesquisa em engenharia, utilizando equipamentos multipropósito. “Este laboratório didático é imprescindível no processo de aprendizagem da engenharia em dois níveis. O primeiro é por meio da interação com fenômenos físicos e químicos apresentados de forma simples e lúdica, gerando a percepção dos conceitos fundamentais das ciências da engenharia. Numa etapa de formação mais avançada, atua na análise de operações em engenharia, proporcionando a aplicação dos fundamentos da engenharia em  processos industriais”, explica Paiva, relacionando o uso do laboratório com experimentos e ensino em pequena e grande escala.  O laboratório em questão é dedicado essencialmente às atividades da graduação, sendo utilizado em disciplinas fundamentais nas áreas de Fenômenos de Transportes, Operações Unitárias e Reatores e Trabalhos de Conclusão de Curso, atendendo aos cursos de Engenharia Química, Engenharia de Materiais, Engenharia de Minas e Engenharia Metalúrgica. A Clark Solutions aponta que o objetivo da parceria é estimular a interação dos alunos com novos instrumentos de trabalho, em um ambiente totalmente renovado. A primeira etapa, de reforma estrutural, já está sendo finalizada.  Site do departamento aqui.  Saiba mais: O curso de engenharia química na Poli: vagas anuais oferecidas, formato quadrimestral, etc.

Poli na mídia: Vulnerabilidades debilitantes das ferramentas para avaliações on-line da USP

07/07/2020 – Professor Ronaldo de Breyne Salvagni,  do Departamento de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica da USP, fala em artigo para o Jornal da USP sobre ferramentas de avaliação on-line: “Imagine se o sistema financeiro no Brasil adotasse a hipótese de que todas as pessoas são essencialmente éticas e honestas e, portanto, deixasse de usar senhas e outros dispositivos de segurança na utilização de cartões e demais transações financeiras. Não é difícil prever o que aconteceria.Entretanto, é algo parecido com isso que atualmente acontece com as ferramentas de avaliação on-line da USP: não há nenhum mecanismo que permita coibir fraudes, ou pelo menos detectá-las. Isso é consequência direta de alguns ranços ideológicos e traços do pensamento “politicamente correto”, cultivados por algumas pessoas e grupos na USP, que merecem alguma reflexão por ignorarem ou negarem fatos fundamentais”. Leia o artigo completo aqui. 

Engenharia Nuclear – Especial

Poli propõe novo curso de engenharia nuclear da USP com custo zero No dia 23 de junho de 2020, o Conselho Universitário da USP aprovou a criação da habilitação em Engenharia Nuclear na Escola Politécnica da USP. A nova habilitação, aprovada em junho de 2020, e que já será oferecida em 2021, tem custo zero para universidade, ou seja, a infraestrutura de laboratórios e os especialistas que darão as aulas já fazem parte da Poli e do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), uma entidade que está ligada à USP. “Esse curso vai ter um custo zero para sociedade porque vamos utilizar uma estrutura que já temos”, relata o docente da Poli e coordenador da Comissão que estruturou o curso, Cláudio Geraldo Schön. A Poli já havia proposto a criação deste curso em 2013, mas ao contrário da primeira iniciativa, a proposta aprovada em 2020 pelo Conselho Universitário da USP está aproveitando somente os recursos que já estavam à disposição. A diretora da Poli, professora Liedi Bernucci, explica que a elaboração do curso foi uma articulação entre a Poli e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), pertencente à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). “A parceria com Ipen viabilizou que experientes profissionais do IPEN/CNEN deem aulas de algumas disciplinas, além do acesso a laboratórios, que estarão à disposição dos alunos da Poli para este curso”. Leia essa matéria completa aqui. Iniciativa da CNEN leva a criação de habilitação em Engenharia Nuclear na Poli A proposta de criação do curso – que já havia sido apresentada em 2013 – foi retomada em 2019 por iniciativa da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), por meio do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), órgão ligado ao ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) do Governo Federal. A nova Comissão foi coordenada pelo professor da Escola Politécnica, Cláudio Geraldo Schön, em um grupo que teve a participação de docentes da Poli de diversas áreas. O curso contou com um processo rápido de aprovação, com o apoio de todos os órgãos envolvidos no processo dentro da USP: da diretoria e de professores da Escola Politécnica à Reitoria e Pró-Reitorias da Universidade de São Paulo. A justificativa para criação do curso e o que propiciou esta mobilização entre os órgãos da USP, foi a importância do setor nuclear, considerado estratégico para o País, como ressaltam os especialistas da Poli. Segundo os criadores do curso, a indústria nuclear alavanca a inovação tecnológica em todas a áreas do conhecimento, uma vez que há uma grande oferta de energia e necessidade de desenvolvimento de outras técnicas para garantirem a segurança das operações com materiais nucleares, além dos desenvolvimentos que ocorrem para o desenvolvimento de equipamentos e sistemas. Leia mais. Foto: Reunião que tratou do planejamento do novo curso de graduação na área nuclear.  Por que o Brasil precisa de Engenheiros Nucleares? A área nuclear pode ser vista como negativa devido a grandes tragédias, porém a relevância da utilização de materiais nucleares vai desde a produção de energia até a fabricação de fármacos para tratamentos e equipamentos médicos. Como o Brasil dispõe desses recursos, é necessário formar profissionais para atuarem nessa indústria, e continuar a aprimorar as tecnologias e desenvolver inovações. Historicamente o Brasil teve diversos projetos na área nuclear e até hoje é um dos poucos países que dominam todo o ciclo do combustível nuclear – da extração ao gerenciamento de rejeitos. Leia aqui a matéria completa. Foto: Paulo Santos, funcionário do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). Foto Cecília Bastos. Como será o curso de Engenharia Nuclear da Poli?​ O curso de Engenharia Nuclear da Poli, é uma habilitação do curso de engenharia, já que o aluno de graduação cursará diversas disciplinas comuns entre as 17 habilitações oferecidas pela Escola. No vestibular, o futuro engenheiro poderá escolher a habilitação do curso de Engenharia de Materiais, Metalúrgica e Nuclear, que oferece um total de 55 vagas, das quais 10 serão destinadas à engenharia nuclear. Os estudantes farão as opções pelas habilitações ao final do 3º ano, com base nas notas obtidas nas disciplinas obrigatórias. O coordenador do grupo que criou o curso, professor Cláudio Geraldo Schön, explica que a engenharia nuclear, assim como diversas áreas, tem muitas linhas de frentes. O enfoque oferecido pelo curso da Poli será no Ciclo do Combustível Nuclear, que consiste em todas as etapas, desde a extração do minério de urânio, a fabricação de reatores nucleares, montagem, operação, até o gerenciamento de rejeitos radioativos. “O curso daqui da Poli será voltado para responder demandas do estado de São Paulo. A nossa preocupação é a produção, exploração e comercialização de materiais que serão usados nas usinas. O foco é no combustível nuclear.  Isso não significa que não teremos disciplinas voltadas para reatores nucleares”, detalha Schön. Leia mais e veja a grade curricular aqui.

8 de julho – Dia Nacional da Ciência e Dia Nacional do Pesquisador

A Escola Politécnica da USP manifesta, todo o seu respeito, gratidão e admiração pelos pesquisadores do Brasil. Acreditamos que a ciência é a chave para a solução dos problemas e a superação dos desafios que se manifestam no presente e no futuro. Nunca foi tão atual e verdadeiro o lema trazido no brasão da Universidade de São Paulo “SCIENTIA VINCES” – Vencerás pela Ciência.

Como será o curso de Engenharia Nuclear da Poli-USP?

Como será o curso de Engenharia Nuclear da Poli-USP? Formação engloba todo o ciclo do combustível – da extração do minério, passando pelo enriquecimento de Urânio, até o tratamento de rejeitos. O curso de Engenharia Nuclear da Escola Politécnica (Poli) da USP, que passará a ser oferecido em 2021, é uma habilitação do curso de engenharia, já que o aluno de graduação cursará diversas disciplinas comuns entre as 17 habilitações oferecidas pela Escola.Na hora do vestibular, o futuro engenheiro poderá escolher a habilitação do curso de Engenharia de Materiais, Metalúrgica e Nuclear, que oferece um total de 55 vagas, das quais 10 serão destinadas à engenharia nuclear. Os estudantes farão as opções pelas habilitações ao final do 3º ano, com base nas notas obtidas nas disciplinas obrigatórias.O coordenador do grupo que criou o curso, professor Cláudio Geraldo Schön, explica que a engenharia nuclear, assim como diversas áreas, tem muitas linhas de frentes. O enfoque oferecido pelo curso da Poli será no Ciclo do Combustível Nuclear, que consiste em todas as etapas, desde a extração do minério de urânio, a fabricação de reatores nucleares, montagem, operação, até o gerenciamento de rejeitos radioativos. “O curso daqui da Poli será voltado para responder demandas do estado de São Paulo. A nossa preocupação é a produção, exploração e comercialização de materiais que serão usados nas usinas. O foco é no combustível nuclear.  Isso não significa que não teremos disciplinas voltadas para reatores nucleares”, detalha Schön.O curso terá duração de cinco anos, e a grade curricular conta com disciplinas de diversas áreas que envolvem a tecnologia nuclear. Ao todo, serão oferecidas 14 disciplinas específicas da área nuclear. A partir o terceiro ano, os estudantes passam a estudar disciplinas específicas desta (Veja grade abaixo). 

Por que o Brasil precisa de Engenheiros Nucleares?​

Por que o Brasil precisa de Engenheiros Nucleares? A partir de 2021 a Escola Politécnica (Poli) da USP passa a oferecer a habilitação em Engenharia Nuclear. Esta área pode ser vista como negativa devido a grandes tragédias, porém a relevância da utilização de materiais nucleares vai desde a produção de energia até a fabricação de fármacos para tratamentos e equipamentos médicos. Como o Brasil dispõe desses recursos, é necessário formar profissionais para atuarem nessa indústria, e continuar a aprimorar as tecnologias e desenvolver inovações. Historicamente o Brasil teve diversos projetos na área nuclear e até hoje é um dos poucos países que dominam todo o ciclo do combustível nuclear – da extração ao gerenciamento de rejeitos. O professor da Poli, Cláudio Geraldo Schön, contextualiza: “A radiação está presente na nossa vida cotidiana. Todo mundo pensa a energia nuclear como produção de energia, e é importante por fazer parte da nossa grade de energia elétrica, mas as pessoas usam energia nuclear quando, por exemplo, vão fazer um exame de imagens em hospitais, o que é importante para um médico dar um diagnóstico para o paciente”. O docente cita, ainda, que o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), está na última fase de licenciamento e será instalado na cidade de Iperó, na Região Metropolitana de Sorocaba, e sua principal função é fornecer ao Brasil os principais produtos para a medicina nuclear do País. O docente defende que o curso se faz necessário pois, para operar e desenvolver soluções ligadas a essas tecnologias, é preciso formar especialistas. “O grande problema do Brasil, pelo incrível que pareça, é mão de obra. Precisamos de engenheiros nucleares para operar ferramentas e equipamentos de engenharia nuclear. Estamos preocupamos em oferecer essa demanda de engenheiros para o mercado. A nossa Escola vai entrar com esse propósito, porém isso não quer dizer que nossos engenheiros terão que trabalhar dentro de usinas nucleares. Isso por que a radiação tem atuado em muitas áreas tecnológicas”. O professor da Poli, José Carlos Mierzwa, que também participou da comissão que propôs o curso, explica que o Brasil já possui atuação em Engenharia Nuclear forte desde a década de 1950, quando o País participou de um programa dos Estados Unidos e da Agência Internacional de Energia Atômica, o Átomos para a Paz. O objetivo deste programa era, depois da utilização da tecnologia com o uma arma, difundir a noção dos benefícios da utilização da tecnologia nuclear. Paulo Santos, funcionário do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). Foto Cecília Bastos. “No período do pós-guerra, mais precisamente em 1953, o então presidente norte-americano Dwight Eisenhower propôs um projeto chamado “Átomos Pela Paz” (Atoms for Peace), que visava levar os benefícios da recém-descoberta tecnologia nuclear para os países aliados dos EUA. Dentro desta iniciativa, foi incentivada a construção de reatores nucleares de pesquisa ao redor do mundo, e por meio dela foi construído o primeiro reator nuclear do Brasil, o IEA-R1. Este reator foi implantado no recém-inaugurado Instituto de Energia Atômica em 1956, dentro do então praticamente deserto campus da USP no Butantã – que, nesta época, contava com apenas 2 ou 3 construções.” Trecho disponível no site do Ipen. Leia mais: Você sabia que existe um reator nuclear dentro da USP? Mierzwa conta que o Brasil já vinha trabalhando e formando profissionais em nível de pós-graduação, principalmente físicos e engenheiros, por meio de programas internacionais de estudos, e o Ipen foi se consolidando na pesquisa, principalmente na área de radioisótopos, reatores, gerenciamento de rejeitos radioativos, produção de radiofármacos para uso na medicina. O professor explica que, devido também a projetos como o submarino nuclear e as usinas de Angra, o Brasil foi dominando aos poucos a tecnologia, o “Ciclo do combustível nuclear”.O Ciclo do combustível nuclear consiste em todas as etapas, desde a extração do minério de urânio, o projeto de reatores nucleares, montagem, operação, até o gerenciamento de rejeitos radioativos. “Uma etapa sensível desse ciclo é o enriquecimento isotópico, que é a produção de urânio para usar em um reator nuclear. Poucos países na época tinham, e o Brasil conseguiu desenvolver, sendo um dos poucos países que dominam todo o ciclo do combustível nuclear”, destaca Mierzwa. A tecnologia de enriquecimento do urânio, pelo processo da ultracentrifugação, foi desenvolvida no Brasil pelo Centro Tecnológico da Marinha de São Paulo (CTMSP), em parceria com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN / CNEN). Leia mais. O Brasil tem atuação e várias empresas na área nuclear – a Eletronuclear, a Indústrias Nucleares do Brasil (INB), o Centro Experimental de Aramar da Marinha, o projeto da base de submarinos da Marinha no Rio de Janeiro, tem outros institutos de pesquisa no País – que absorvem profissionais de outras áreas e os capacitam para atuar com tecnologia nuclear. O professor Mierzwa explica que para dar conta de toda essa demanda, faltava a formação de profissionais, em nível de graduação, para atuarem nessas áreas. Neste sentido, devido à posição de destaque tecnológico e disponibilidade de recursos naturais, o curso da Poli, assim como o da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), visa formar profissionais para atender a esta necessidade no contexto nacional. Do ponto de vista estratégico, o Brasil precisa desenvolver essa área para produção de energia. Mierzwa aponta que há algumas avaliações que indicam as reservas disponíveis de urânio no Brasil são a segunda maior fonte para a geração de energia.  “Para o País se desenvolver, ele precisa de energia. Se não houver condição de desenvolver essa área, o Brasil vai acabar exportando esses nossos recursos para outros países sem poder utiliza-los, ou seja, transferir para outro País se desenvolver em detrimento do nosso”. O professor explica que o uso da energia nuclear pode servir para melhorar o desenvolvimento do País de maneira mais ampla. “Com o desenvolvimento da energia você desenvolve outras áreas, tem uma alavancagem muito grande de recursos tecnológicos”.Uma área onde a tecnologia nuclear é também muito importante é a produção de radioisótopos, necessária para o tratamento e diagnóstico de várias doenças, feitos com base em materiais derivados da energia nuclear, como traçadores radioativos, usados em diagnósticos e mapeamentos de tumores e vários outros tipos de diagnósticos. “No passado, o Brasil tinha condição de produzir e hoje estamos importando, o que acaba tendo um custo elevado”, relata Mierzwa. “Com a falta de reatores nucleares e, também, do desenvolvimento dessa área, isso acabou ficando restrito”. Por fim, os materiais também são utilizados a agricultura, uma vez que vários alimentos que o Brasil exporta, principalmente frutas, são submetidas a processos de radiação para eliminação de microorganismos. “É uma área bastante importante para o Brasil, no desenvolvimento de equipamentos para esta aplicação”. Em relação ao estigma da área nuclear, em relação aos riscos, o docente explica que as pessoas costumam ligar às bombas e aos acidentes ocorridos em outros países. “Há diferença na tecnologia desenvolvida no Japão e a que desenvolvemos aqui no Brasil. O tipo de tecnologia que a gente usa para reatores é um tipo bastante diferente deste, se você for pesquisar você vai ver que o número de acidentes com a tecnologia que o Brasil usa na área é muito menor do que de outros tipos de fontes de energia. Então é mais seguro que energia hidrelétrica, entre as coisas que podem acontecer”.Quanto à questão ambiental, o professor explica que, em comparação, não há emissões atmosféricas de CO2. “A usina nuclear não tem esse problema, ela não tem o processo de combustão”. Mierzwa, que hoje atua na área de engenharia ambiental e tratamento de efluentes, conta que a área ambiental avançou por conta da área nuclear. “Vários problemas que tinham que ser resolvidos na área nuclear, os pesquisadores foram atrás de novos métodos e novos procedimentos para melhorar a gestão, essa tecnologia acaba sendo transferida para a área convencional”. “O Brasil domina todo o ciclo do combustível nuclear”.