Arquivo mensais:junho 2021

Eficiência energética estimula modelo sustentável para indústria da construção civil

Especialistas ambientais destacam a eficiência energética na construção civil como uma temática de debate constante. Optar por ações sustentáveis nesse sistema de produção é uma maneira de garantir um modelo mais consciente para a área da construção civil, além de pensar e analisar sobre o ciclo de vida dos produtos utilizados por este meio, que vai desde a extração de minérios de ferro até a demolição de estruturas. “Quando analisamos a construção civil como um todo, pensamos em todos os produtos que são utilizados para fazer o concreto, por exemplo. O processo de calcinação que produz o cimento é um exemplo de muito gasto de energia”, destaca José Joaquim do Amaral Ferreira, professor de graduação e pós-graduação de Engenharia de Produção na Escola Politécnica (Poli) da USP.  Leia na íntegra no Jornal da USP.

Poli-USP faz cessão por empréstimo ao IPT de equipamentos de testes usados no projeto de ventiladores para hospitais

Desenvolvido ao longo de 2020, o projeto Inspire, liderado pela Escola Politécnica (Poli) da USP, integra o quadro de respostas urgentes dadas à pandemia da covid-19 no Brasil. Para o sucesso do projeto, diversas parcerias foram traçadas, incluindo a colaboração com o Laboratório de Usos Finais e Gestão de Energia do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), que foi responsável pelos ensaios que viabilizaram o credenciamento junto à Anvisa. Em reconhecimento à qualidade dos trabalhos, a diretora da Poli, Liedi Bernucci, formalizou no final do mês de maio a cessão por empréstimo dos equipamentos de testes utilizados na trajetória do Inspire ao laboratório do IPT. “Tivemos um apoio fundamental da equipe do IPT no processo de certificação do ventilador Inspire junto à Anvisa. Agora damos mais um passo na colaboração entre as instituições”, comentou a diretora. Leia na íntegra.

Portal Porto Gente presta homenagem póstuma ao professor Nicolau Gualda

No dia 9 de junho, a comunidade politécnica lamentou o falecimento do professor Nicolau Dionísio Fares Gualda, engenheiro naval e coordenador do Laboratório de Planejamento e Operação de Transportes (LPT) da Escola Politécnica (Poli) da USP. O texto apresentou as contribuições que o docente trouxe à área civil, as técnicas de simulações digitais, inovando o setor de logística da academia, além da constante preocupação em desenvolver projetos que impactassem principalmente a comunidade. Como engenheiro naval e trabalhando no Porto de Santos, notadamente fez o planejamento e a logística que dimensionava a infraestrutura do Porto. Leia a homenagem na íntegra.

Projeto PoliRetribua oferece bolsas de apoio a alunos politécnicos em situação de vulnerabilidade

Criado em 2017 na Escola Politécnica (Poli) da USP, o projeto PoliRetribua possui um time de engenheiros politécnicos e outros membros que cultivam vínculos com a Escola, a fim de acolher e apoiar alunos politécnicos em situações de vulnerabilidade. A iniciativa nasceu da necessidade de oferecer mentorias como auxílio para complementar as bolsas concedidas aos alunos. “É alguém que se sente agradecido pela formação que recebeu, são engenheiros que atuam nas mais variadas áreas da tecnologia, economia, administração e indústria e são pessoas empáticas. Não são todos politécnicos, mas, de alguma forma, estão ligados à Escola. Tem pais de alunos, cientistas, matemáticos, etc”, comenta o professor da Poli e coordenador do projeto, Marcos Rodrigues, sobre o perfil dos mentores politécnicos do projeto.  Leia na íntegra no Jornal da USP.

Eficiência energética é condição para tornar cidades inteligentes

Cidades inteligentes são definidas como cidades que praticam políticas sustentadas em intensidade tecnológica e em inovação que se direcionam a serem mais eficazes nos serviços, além de aproveitarem mais sustentavelmente os recursos que possuem. De maneira energética, a procura por soluções que racionalizam o uso da eletricidade e substituição de combustíveis menos poluentes são agentes dessa transformação. O laboratório Naprei, de pesquisa de redes elétricas inteligentes e situado na USP, já utiliza a medição inteligente do consumo por meio de aparelhos totalmente digitais. “Toda ideia do nosso laboratório é emular a rede elétrica inteligente e trazer sistemas reais para serem integrados a uma representação digital da rede. E aí pode trazer os sistemas de TI da empresa e testar de forma sistêmica. E isso a gente tem feito com algumas empresas com bastante sucesso”, conta o professor e coordenador do laboratório Naprei, Nelson Kagan, da Escola Politécnica (Poli) da USP. Leia na íntegra.

Formação de professores para educação em STEAM está com inscrições abertas

Estão abertas as inscrições para o Programa STEAM São Paulo, que objetiva formar professores do ensino médio e técnico de escolas públicas da Grande São Paulo para a prática de educação em Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática.   Oferecendo 100 vagas gratuitas, a iniciativa é um projeto da parceria da Fundação Internacional Siemens Stiftung (entidade sem fins lucrativos que promove o desenvolvimento sustentável por meio da educação) com o Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico (LSI-TEC) e o apoio da Escola Politécnica (Poli) da USP.  O curso acontecerá entre agosto e novembro de 2021 e as inscrições podem ser feitas até o dia 12 de julho, neste link.  Leia na íntegra.

Alunos da Poli realizaram workshop sobre a Década dos Oceanos

Alunos da Poli realizaram workshop sobre a Década dos Oceanos Nesta quinta-feira, 10 de junho de 2021, os alunos de graduação da disciplina Introdução à Engenharia (PNV3100) dos cursos de engenharias de produção, mecânica e naval da Escola Politécnica (Poli) da USP realizaram o workshop online “Escola Politécnica em prol dos Oceanos”, com a temática da Década do Oceano, promovida pela Organização das Nações Unidas. O workshop foi transmitido pelo canal do Youtube da Poli. O workshop foi iniciado pela apresentação dos estudantes que organizaram o evento, que explicaram a importância do tema. Para abordar sobre o que será trabalhado nesta Década e os desafios que almejam ser alcançados, foi apresentado o vídeo feito por Salvatore Aricó, chefe da Seção de Ciências Oceânicas da Comissão Oceanográfica da Unesco. No vídeo, Aricó comentou sobre os problemas causados pela contaminação dos oceanos e suas consequências. O vice-diretor da Poli, professor Reinaldo Giudici, representou a diretoria da Escola no workshop, e falou sobre a importância da disciplina Introdução à Engenharia (PNV3100), já que ela permite que os futuros engenheiros tenham contato com problemas reais logo no primeiro ano,  os preparando, assim, para situações que serão recorrentes em suas carreiras. O primeiro painel do evento foi “O papel da mídia na conscientização da sociedade acerca dos impactos humanos sobre os oceanos”, com a participação do comunicador e ex-aluno da Poli, Marcelo Tas. O painel foi iniciado com a apresentação do convidado e de sua carreira. Tas afirmou acreditar que a nova geração de jovens é mais questionadora, e que provavelmente deve passar esse sentimento para as outras gerações.Os estudantes fizeram uma série de perguntas para Marcelo. Em suas respostas, o apresentador comentou que tem uma longa relação com o mar e que, hoje, os problemas oceânicos não são algo que as pessoas percebem apenas pelas pesquisas e dados. Segundo ele, os problemas do oceano estão vindo até os seres humanos, o lixo jogado nos mares aparece em grandes quantidades nas praias.Tas esclareceu que para buscar soluções para os problemas oceânicos é necessário que haja diversidade de ideias, vieses e pessoas neste processo. Para ele, é preciso interpretar os dados por vários pontos de vista para entender as problemáticas. Marcelo também respondeu que para abordar nas mídias a poluição dos mares, é importante que se tratem sobre a complexidade dos oceanos e que não se tente uma abordagem agressiva. Segundo Tas, é necessário entender as várias realidades brasileiras para transmitir a todos as questões oceânicas. O apresentador afirmou que é impossível solucionar essas problemáticas de uma vez e individualmente. Para ele, é preciso que haja a união entre os países e as pessoas com esse objetivo que será realizado aos poucos.Marcelo Tas terminou a sua participação com um recado para os futuros engenheiros. O apresentador incentivou que os estudantes tenham coragem para enfrentar os seus medos sozinhos. Já que, segundo Tas, se não houver medo de um próximo projeto, ele não é tão grande e desafiador assim.Em seguida, Lenita de Freitas Tallarico, pesquisadora do Instituto Butantã e presidente da Sociedade Brasileira de Malacologia (estudo de moluscos), ministrou a palestra “Exploração dos recursos do oceano e seus impactos”. Ela começou falando sobre a importância e a representatividade dos oceanos para a vida do planeta Terra. A bióloga marinha explicou as características litorâneas do Brasil e a relação do País e de sua população com o mar. O Brasil tem uma das maiores representatividades de biosfera marítima e uma a parte significativa da população vive próximo do mar e necessita economicamente dele para viver.Lenita elucidou que todas as atividades humanas realizadas no mar impactam nos oceanos. Assim, os mares sofrem com problemas causados pela humanidade há milênios, mas essas sequelas aumentaram com a Primeira Revolução Industrial e vem ganhando força com o avanço das Revoluções Tecnológicas. Segundo a pesquisadora, é necessário que as pessoas mudem suas atitudes, visto que todos os humanos geram impactos no oceano e são potenciais devastadores, por meio da emissão de metano, produção de lixo que atinge os mares e outras atividades.Tallarico continuou a palestra explanando sobre outros problemas que são recorrentemente causados no ambiente marinho, como poluição, destruição de manguezais e da vida marinha, entre vários outros. Esses impactos são causados majoritariamente pela exploração dos oceanos, por meio da exploração de gás natural e petróleo, refinamento do sal de cozinha, entre outros.A bióloga diferenciou o extrativismo e o cultivo da vida marinha e os impactos dessas duas ações. A pesca é uma atividade extrativista em que são retiradas espécies marinhas de seu ambiente, e não há devolução ou reposição. Nesta atividade, o impacto para o ambiente aquático é maior, principalmente quando é feita a pesca comercial ou profissional. Já, a aquicultura é o cultivo de animais marinhos para a comercialização, ou seja, as espécies são criadas para a alimentação, assim, as sequelas para o ambiente marinho são menores, mas ainda existentes.Ela também explicou sobre novas soluções que estão sendo criadas para haver menos impactos no uso do ambiente marinho pelos homens. Além de ações que devem ser realizadas como prioridade para solucionar os problemas marinhos, como conhecer os recursos que estão sendo extraídos e suas funções, estudos e planejamento da viabilidade técnica e econômica. Todas essas atitudes devem ser tomadas, segundo Lenita, como a perspectiva de conter o desperdício de recursos marinhos, a contaminação das águas e a degradação dos ambientes aquáticos.A bióloga finalizou a palestra comentando que a engenharia tem um grande papel nos estudos sobre o oceano e na criação de soluções para combater a degradação marinha.A professora Márcia Bícego, do Instituto Oceanográfico (IO) da USP, deu continuidade ao evento com a palestra “Os impactos dos centros humanos para os oceanos”. Ela começou falando sobre a concentração populacional nas costas marítimas e suas consequências, como a poluição marinha. Vários materiais são responsáveis pela poluição, entre eles o Plástico.Márcia comentou sobre o impacto dos plásticos que são muito usados pela população e que são descartados em grandes quantidades nos oceanos. Segundo a pesquisadora, desde 1950, 8,2 trilhões de quilos de plástico foram produzidos e 95% deles foram descartados após o primeiro uso. Assim, muitos quilos de plástico são descartados nos mares.Em razão das correntes marítimas, há a formação de ilhas de plásticos, ou seja, no centro das correntes, no qual as águas são mais calmas, há o acúmulo de muito plástico. Além disso, as correntes marítimas também fazem com que os plásticos sejam levados para regiões afastadas dos centros urbanos, como a Ilha de Trindade, onde fica a Praia do Lixo, a qual é tomada por esses resíduos.Os plásticos também causam problemas para os animais marinhos, que podem se prender a esses objetos, dificultando seus desenvolvimentos, ou se alimentar dos plásticos, assim, esses animais não conseguem mais se alimentar e acabam morrendo por inanição.A professora Bícego finalizou a fala sobre o plástico exibindo soluções que estão sendo seguidas para combater a poluição marinha por plástico, como barcos coletores desses objetos e leis que impedem o uso de plástico.Márcia deu continuidade a sua fala explicando sobre a poluição dos oceanos pelo Petróleo. Ela relatou sobre os derrames de petróleo e suas consequências. Também explicou que no Brasil,  há os Atlas de Sensibilidade Ambiental ao Óleo, que são mapas feitos para mostrar rotas que o Petróleo pode fazer, caso haja um derrame. A professora encerrou sua participação apresentando as principais fontes de contaminação de Petróleo nos oceanos.A última palestrante foi a professora Eliane Octaviano, especialista em direito marítimo, que apresentou a palestra “A Década dos Oceanos, desenvolvimento sustentável e a economia azul”. A professora tratou sobre os desafios que a indústria de transportes marítimos, conhecida como indústria shipping, está enfrentando ou enfrentará nas próximas décadas.Eliane iniciou a sua participação dissertando sobre o que é o transporte marítimo sustentável, que é o transporte que cumpre sua função econômica, mas sem que haja impactos para o meio ambiente.Em seguida, Octaviano falou sobre os três desafios da sustentabilidade da indústria shipping. O primeiro é a Agenda 2030, assinada em 2015, que é composta pelos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas correspondentes. O segundo é a Década do Oceano, que foi criada pela ONU, com o intuito de incentivar o desenvolvimento da ciência oceânica global. O último é a BR do Mar que é o projeto de lei 4.199/2020 ou Programa de Política Pública Federal de Estímulo ao Transporte de Cabotagem, esse projeto visa várias diretrizes, entre elas a sustentabilidade.A advogada aproveitou para explicar que o direito marítimo não trabalha apenas com controle e leis sobre transporte marítimo, mas como todo o funcionamento e uso dos oceanos, incluindo sua conservação.A professora também abordou os danos aos meios marítimos causados pelos meios de transporte, 93% desses danos são causados por erros humanos. Ela apresentou acidentes de navegação que ocorreram pelo mundo e causaram danos ambientais.Eliane finalizou sua fala comentando que a produção de petróleo e gás no Brasil está crescendo e, com isso, há também o aumento da circulação de navios e da instalação de plataformas. Segundo a especialista, é necessário que haja um programa com leis e medidas de prevenção sobre questões de segurança e sustentabilidade para evitar futuros acidentes. O evento foi encerrado com uma roda de perguntas e respostas mediada por Tássia Biazon, bióloga e jornalista científica. Na roda, as palestrantes Lenita, Márcia e Eliane responderam perguntas da mediadora e do público sobre diversos temas, como a trajetória de suas carreiras, questões ambientais e soluções sustentáveis. Assista ao workshop na íntegra aqui. Acompanhe a Poli nas redes sociais! Facebook Twitter Youtube Instagram Flickr Linkedin

Reeleição da chefia do Departamento de Engenharia de Produção da Poli-USP

O Departamento de Engenharia de Produção da Poli-USP reelegeu, no dia 07 de junho de 2021, conforme Portaria DIR 2.800 de 22.04.2021, a Profa. Dra. Marly Monteiro de Carvalho como Chefe e o Prof. Dr. Eduardo de Senzi Zancul como Vice-Chefe do Departamento. O mandato será de 24 de junho de 2021 a 23 de junho de 2023. Ambos já ocupam os cargos desde 24 de junho de 2019. Marly Monteiro de Carvalho é professora titular da Escola Politécnica da USP, atuando na graduação e pós-graduação do Departamento de Engenharia de Produção (PRO). Atua também no Programa de Pós-Graduação em Administração da FEA/USP. Possui livre docência pela Escola Politécnica da USP, pós-doutoramento em Engenharia Gestional pelo Politécnico de Milão, doutorado e mestrado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina, e graduação em Engenharia de Produção Mecânica pela Escola de Engenharia de São Carlos da USP. Coordena o Laboratório de Gestão de Projetos (LGP) e o curso de Especialização em Gestão de Projetos da USP e Fundação Vanzolini (CEGP). É editora de área “Business Model Innovation for Sustainability” do Technovation. É membro do conselho editorial do Journal of Manufacturing Technology Management, do Journal of Modern Project Management, do PM World Journal & Library. Participa do conselho da cátedra de gestão de projetos aeroespaciais da Universidade de Quebec em Trois Riviere, Canadá. Eduardo Zancul é professor doutor do PRO. Graduado em Engenharia Mecânica (1997), mestre em Engenharia de Produção (2000) e doutor em Engenharia de Produção (2009) pela Escola de Engenharia de São Carlos da USP. Nos últimos anos, tem se dedicado à concepção, implantação e coordenação de quatro laboratórios de inovação, empreendedorismo e manufatura: INOVALAB@POLI, Design Factory São Paulo (em rede internacional com sede na Aalto University da Finlândia), Ocean USP Samsung e Fábrica do Futuro 4.0 POLI-USP. Coordena projetos de desenvolvimento tecnológico em parceria com empresas e possui cinco pedidos de patente depositados. Além disso, é vice-coordenador do curso USP de extensão Incentivo ao Empreendedorismo com o uso de Tecnologias Digitais Móveis, na modalidade difusão grátis para a comunidade. É supervisor da Empresa Júnior dos alunos da Escola Politécnica (POLI Jr) e do Núcleo de Empreendedorismo da USP (NEU).

O futuro do uso de tecnologias de imersão virtual no ensino acadêmico

Um painel internacional sobre realidades aumentadas publicou recentemente um relatório com resultados ao redor do aprendizado imersivo. O documento ressalta a importância das tecnologias imersivas para potencializar a educação e imergir os alunos em realidades mais práticas que promovam o maior aproveitamento técnico.   “A simulação de procedimentos na área da saúde é um clássico uso de tecnologia imersiva, porque o concorrente da imersão como forma de aprendizagem seria o mundo real”, afirma Romero Tori, professor do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais da Escola Politécnica (Poli) da USP. “Se o enfermeiro puder pegar um braço virtual e fazer coleta de sangue nesse braço virtual, ele vai estar muito mais próximo do treinamento real”, completa. Leia na íntegra.

Pesquisadores apontam os produtos derivados de CO2 mais promissores

Com definição de critérios, técnicas e ferramentas de análise, grupo avaliou 112 produtos e selecionou três que se destacaram pela maior viabilidade técnica, potencial de mercado e sustentabilidade. Com informações do site do RCGI – O dimetilcarbonato (DMC), o ácido acético e o dimetil éter (DME) são os três produtos derivados do dióxido de carbono (CO2) com maior potencial para desenvolvimento e mais promissores para novos estudos, indicou um artigo publicado no início do ano no Journal of CO2 Utilization por pesquisadores do Departamento de Engenharia Química da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli- USP), no âmbito do Fapesp Shell Research Centre for Gas Innovation (RCGI). A conclusão foi feita após estudo no qual se avaliou quais seriam os melhores métodos e ferramentas para realizar essa escolha, levando-se em consideração múltiplos critérios. “Tentamos desenvolver a nossa própria metodologia para fazer uma seleção um pouco mais rigorosa do que encontrávamos na literatura”, diz o engenheiro químico e doutorando Kelvin André Pacheco, primeiro autor do artigo. Os pesquisadores atuam em uma área relativamente nova de estudos e desenvolvimento de processos – a da conversão do CO2 em outros produtos a partir de reações químicas –, que começou a florescer apenas a partir de 2013. “Antes disso, quando se tratava de abatimento de CO2, só se falava em captura, sequestro e armazenamento, o CCS, de carbon capture and storage. Você separava ou capturava e armazenava esse CO2 de alguma maneira”, conta a professora Rita Maria de Brito Alves, que também assina o artigo e é orientadora de Pacheco no doutorado na USP. “Mas foram surgindo perguntas do tipo: o que fazer com o carbono separado ou capturado? Vamos armazenar tudo? Temos capacidade? Qual a influência que o CO2 terá nos locais em que for armazenado?” Com isso, os congressos e trabalhos da área passaram a versar cada vez mais sobre captura e utilização de carbono, resumido pela sigla CCU, do inglês carbon capture and utilization. O uso do dióxido de carbono sem conversão já é conhecido há mais tempo, com sua aplicação, por exemplo, em solventes, na produção de refrigerantes ou em estufa de plantas. Nos últimos anos, no entanto, tem crescido a pesquisa que busca a conversão química do CO2 em produtos com maior valor agregado. “É a utilização do CO2 como matéria-prima: usar o que é um rejeito, um gás de efeito estufa, que traz todos os problemas ambientais que sabemos, e transformá-lo em algo útil”, explica Alves. Pesquisadores de todo o mundo têm buscado novas aplicações e tecnologias e, embora haja mais de uma centena de possíveis produtos derivados do dióxido de carbono, o processo traz grandes desafios. “A conversão química do CO2 em outro composto químico é uma reação desfavorável, sob o ponto de vista energético. É difícil de ser realizada”, pontua o engenheiro Antônio Esio Bresciani, pesquisador colaborador do Departamento de Engenharia da Poli e do RCGI, também coautor do artigo científico. “Outro aspecto importante é que a conversão, além de eliminar a emissão de CO2, precisa ser viável comercialmente. Não adianta viabilizar uma reação para um produto que não tenha mercado ou que tenha um valor menor”, acrescenta. Bresciani ressalta que as metodologias analisadas procuraram encontrar produtos que atendessem aos diferentes critérios, levando-se em conta a dificuldade de promover a reação, o mercado para o produto e a sua sustentabilidade. Os pesquisadores partiram de um universo inicial de 122 possíveis produtos, que foram submetidos a três etapas de seleção. Após a definição de critérios e das melhores ferramentas de análise multicritérios, passaram por uma avaliação na qual foram verificados itens como maturidade tecnológica do produto, taxa de utilização das moléculas do CO2 e a projeção de crescimento, incluindo preço. Do grupo inicial de 122, foram selecionados em uma primeira triagem 23 e depois apenas 8. Entre esses oito, os pesquisadores definiram os três mais promissores. “Esses produtos têm uma projeção boa de crescimento na indústria, além de uma maturidade tecnológica intermediária”, afirma Pacheco. “Nosso objetivo é propor o desenvolvimento de processos; para isso, é importante que o produto já tenha atingido certo grau de maturidade de modo a termos informações básicas suficientes para o desenvolvimento de um projeto conceitual, o que, de certa forma, deixaráo processo mais próximo de sua implementação efetiva”, complementa Alves. Por outro lado, os pesquisadores avaliaram também os reagentes e demais substâncias necessárias, além do CO2, para promover a reação que leva aos produtos. Muitos dos processos, por exemplo, passam pela reação química chamada hidrogenação, que precisa de hidrogênio para ser realizada. “Nesse caso, precisa de um hidrogênio de fonte limpa, sustentável e barato”, explica Alves. “Não adianta ter um produto que consome CO2, mas que exija, para a sua produção, a emissão de uma quantidade de dióxido de carbono absurda. Esse balanço precisa ser fechado de tal modo que o processo emita menos do que consome de CO2.” Aplicações dos produtos – Os três produtos derivados do CO2 selecionados pelos pesquisadores apresentam grande vantagem ambiental. O dimetilcarbonato (DMC), por exemplo, atualmente é produzido principalmente por rota convencional a partir de metanol e fosgênio, a qual apresenta diversos problemas, sendo o principal o uso do fosgênio. Trata-se de um gás extremamente tóxico e que gera como subproduto o ácido clorídrico –altamente corrosivo. Portanto, a produção de DMC a partir de CO2, em substituição ao fosgênio, é um método ambientalmente mais apropriado. Entre as possíveis aplicações do DMC está a fabricação de policarbonato (PC), um tipo de plástico capaz de substituir o vidro, normalmente gerado a partir da indústria petroquímica. O processo possibilitaria diminuir 1.730 toneladas de CO2 para cada 10.000 toneladas de PC produzidas, pois utiliza CO2 como reagente na etapa de produção do DMC. Caso toda aprodução mundial de PC utilizasse esse processo, haveria uma diminuição em torno de 450.000 toneladas de CO2 por ano. O DMC também pode ser usado como solvente e aditivo de combustível. Já o gás dimetil éter (DME) tem como uma de suas possíveis aplicações a substituição do diesel como combustível, o que abriria um grande mercado. A questão do preço em comparação com os produtos do petróleo, no entanto, ainda precisa ser resolvida. E o terceiro produto, o ácido acético, é amplamente usado na indústria química como reagente. É o precursor do acetato de vinila, usado para fazer o PVA, outro tipo de plástico com numerosas aplicações, como em adesivos. O artigo “Multicriteria decision analysis for screening carbon dioxide conversion products” pode ser lido em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S2212982020310210 https://doi.org/10.1016/j.jcou.2020.101391