‘Engenheira Naval, por que não?’: Conheça a trajetória de Mônica Silva

‘Engenheira Naval, por que não?’: Conheça a trajetória de Mônica Silva Nascida em uma família em que a igualdade de gênero na escolha da profissão era uma realidade, a engenheira naval formada na Poli-USP percebeu o machismo em sua profissão somente após 4 anos no curso da engenharia, durante seu primeiro estágio Júlia Sardinha 08/04/2025 [Imagem: Mônica Silva/Arquivo Pessoal] “Filho de peixe, peixinho é”: Mônica Silva, assim como seus pais, é engenheira. Formada em Engenharia Naval pela Escola Politécnica (Poli) da USP, em 2017, a estudante de doutorado cresceu em um ambiente envolto de apoio familiar quanto às suas escolhas pessoais, sobretudo a sua profissão. A presença feminina em cursos tradicionalmente masculinos, como as engenharias, ainda é escassa. Mônica diz que até o momento do seu primeiro estágio, ela não tinha a dimensão do machismo e preconceito existente nos ambientes que estava se tornando  parte. “Estava muito fora da minha realidade pensar que as mulheres não podiam fazer o que queriam. [Para mim] profissão não tem gênero”, afirma. Nascida em São Paulo, com pai e mãe engenheiros, Mônica teve uma infância privilegiada, o que não a limitou – nem a alienou – apenas ao seu próprio convívio social. Quando ingressou na universidade, a engenheira passou a compreender que o lugar que ela ocupava no ambiente acadêmico era um lugar político, com debates de gênero, de classes sociais e de raça. O caráter acolhedor de sua família fez com que Mônica crescesse e se tornasse uma mulher segura de si e de suas ações. Ela declara que passou por um processo de compreensão sobre o quanto o fato de seus pais terem a mesma profissão a afetou e continua a afetar. Hoje, ela afirma ser uma mulher que não tem medo de contestar, de se propor e de se “enfiar em projetos” graças à falta de preconceitos de gênero que ela experimentou na primeira infância. “Meus pais nunca deram ‘pitaco’ na minha escolha profissional, apesar de eles também serem engenheiros. Minha mãe tentou me ‘empurrar’ para a Engenharia Química, mas eu não queria. Eu gosto de ver as coisas se mexendo e não tem como eu ver elementos químicos  funcionando. Meu pai me disse: ‘isso [cursar Engenharia] vai doer’ e nós tivemos essa conversa umas três vezes ainda quando eu era adolescente, antes de ingressar na faculdade”, diz Mônica Silva. Zarpar e se encontrar No início de 2011, a Poli se encontrava em polvorosa com a chegada dos novos alunos e das novas – ainda mais escassas – alunas. Foi o último ano em que os calouros fizeram a matrícula de forma impressa e Mônica Silva, com 19 anos, era uma empolgada recém-uspiana. Mas a relação de Mônica com a Escola Politécnica começou antes do vestibular. Após concluir o Ensino Médio, com apenas 16 anos, ela fez dois anos de cursinho, e se decidiu pela instituição no início do primeiro, quando visitou o Departamento de Engenharia Mecatrônica da Poli, curso em que foi aprovada para ingresso. [Imagem: Mônica Silva/Arquivo Pessoal] Mesmo com o sonho conquistado, Mônica enfrentou dificuldades na graduação. Um exemplo que hoje ela lembra com comicidade foi o semestre em que pegou seis disciplinas e, no final do período, terminou quatro delas com 4,50 de média final. “Eu demorei sete anos para me formar. Durante os quatro primeiros anos da minha graduação, eu não fazia a mínima ideia do que eu estava fazendo”, declara.Os primeiros anos do curso na Poli foram os de Engenharia Mecatrônica e a futura engenheira naval não se identificou com o perfil do curso e de seus colegas. Segundo Mônica, os projetos de engenharia mecatrônica podem ser executados em um curto espaço de tempo, com equipes pequenas – ou até mesmo de forma individual –, fatores que não a atraíam. A reviravolta veio de uma colega que a aconselhou visitar o Departamento de Engenharia Naval, o que a levou a fazer a transferência. “Engenheiro naval é alguém que tem um perfil que gosta de contar e de ouvir histórias” A primeira embarcação que Mônica viu presencialmente foi um Platform Supply Vessel (PSV) – um Barco de Apoio à Plataforma –, no Encontro Nacional de Estudantes de Engenharia Naval (ENAV) de 2014. Depois desse evento, ela deixou o “discurso do sofrimento” que a acometia há anos devido às inseguranças das dificuldades na formação politécnica, e teve a certeza de que queria trabalhar com os transportes marítimos.“Eu tinha colegas que deixaram a Engenharia para fazerem Medicina, para irem para a FEA… Eu me sentia frustrada porque eu sabia que queria ser engenheira e nada mais, eu não tinha nenhuma outra opção”, relata Mônica. A mudança trouxe melhores resultados para a então graduanda: ela estava no curso que realmente gostava, seu entendimento sobre as disciplinas estava melhor e suas notas só aumentavam. Para acrescentar à lista de mudanças, Mônica fez um estágio  de férias no município de Macaé (RJ), importante polo naval do País no verão de 2015. Durante os três meses em que esteve fora, ela encarou diferentes “choques de realidade” em relação ao machismo na sua área de atuação. Foi após essa experiência que Mônica passou a conhecer mais sobre a trajetória de sua mãe, como uma mulher engenheira na indústria química e seus desafios. “Foi um momento íntimo, mas não foi um momento feliz”, declara. Batalha naval Mônica, fazendo jus às características dos engenheiros navais, é uma simpatizante da escuta de histórias. Uma das abordagens prediletas da acadêmica para conversar é perguntar sobre teorias da conspiração independente da crença nelas. Segunda ela, também defensora de que a explicação dos signos é uma característica histórica e mais relacionada ao passado das navegações do que aos cursos de Humanas – fortemente estereotipados –, ser ou não ser crente dessas teorias revela as verdadeiras características de alguém.No decorrer da sua trajetória pessoal e profissional, Mônica Silva acumulou aprendizados, reparações e conhecimentos de outras áreas além das Exatas. Para ela, os engenheiros precisam saber se comunicar para cumprirem as suas missões sociais de entenderem, quantificarem e melhorarem a realidade. Não à toa, ela revela que cursou disciplinas na USP relacionadas à área da comunicação para se reconhecer como uma engenheira plena. “Não podemos separar a Exatas das Humanas e das Biológicas. Nós [áreas do conhecimento] temos que ter algo em conjunto”, diz Mônica. [Imagem: Mônica Silva/Arquivo Pessoal] O estímulo e a motivação são peças fundamentais para o surgimento de futuras engenheiras. Mônica afirma que ambas ações – fortemente promovidas pelos seus pais – foram fundamentais para o seu desenvolvimento na Engenharia porque a possibilitou usar o seu conhecimento de forma livre e criativa para, assim, entender o que lhe era desconhecido.Para as futuras gerações de politécnicas, Mônica aconselha que sejam insistentes e que confrontem as desigualdades que surgirem em suas trajetórias acadêmicas. “Quem é determinada, é teimosa”, acrescenta.

Poli-USP abre inscrições para vaga de Professor Doutor no Departamento de Engenharia Mecânica

[Imagem: Reprodução/Pixabay] A partir do dia 4 de abril, a Escola Politécnica (Poli) da USP receberá inscrições para uma nova vaga na posição de Professor Doutor no Departamento de Engenharia Mecânica. A oportunidade é na área de Termodinâmica, Transferência de Calor, Mecânica dos Fluidos e Energia. Interessados poderão se candidatar até o dia 2 de junho no site da USP.   Com salário mensal de R$15.498,97, a vaga é em Regime de Dedicação Integral à Docência e à Pesquisa (RDIDP), com processo seletivo feito por meio de prova escrita. Além disso, a seleção também abarcará um julgamento do memorial do candidato, bem como uma prova pública de arguição e outra avaliação didática.   Para outras informações, confira o edital do processo seletivo.

Cursos de Inglês gratuitos para a comunidade USP está com inscrições abertas

  [Reprodução: Pixabay] O Project English@USP está com inscrições abertas. A iniciativa oferece cursos de Fala, Escrita, Leitura e Compreensão auditiva a toda comunidade USP gratuitamente e com aulas totalmente online.  As matrículas para os cursos do Projeto English@USP serão realizadas até o dia 16 de abril de 2025 e as aulas terão início a partir do dia 22 de abril de 2025. Os cursos de inglês, GRATUITOS e em nível inicial, são oferecidos para alunos de graduação, pós-graduação e colaboradores da Universidade de São Paulo. Os cursos são 100% online, com 2 aulas síncronas semanais e possibilidade de participação assíncrona. Oferecem material desenvolvido pelas equipes de professores e coordenação: apostilas para cada aula e materiais complementares e oferecem plantão de dúvidas (síncrono) semanal. Haverá quatro cursos disponíveis: – Focus on Reading; – Focus on Listening; – Focus on Writing (somente para quem concluiu o Focus on Reading ou o Focus on Listening); – Focus on Speaking (somente para quem concluiu o Focus on Writing). Atenção aos períodos de matrícula e de início dos cursos: – Das 14h do dia 03 de abril de 2025 às 18h do dia 16 de abril de 2025: Matrículas para os cursos Focus on Reading, Focus on Listening, Focus on Writing e Focus on Speaking. – Resultado da seleção: até 17 de abril de 2025. – Início dos cursos: a partir de 22 de abril de 2025. Para INSCRIÇÕES no Projeto English@USP, confira o site: https://englishatusp.com/ Para aqueles que já possuem nível upper intermediate ou advanced e desejam estudar a língua inglesa conosco, teremos os cursos: – Focus on Reading and Listening – Upper Intermediate/Advanced levels – Focus on Writing and Speaking – Upper Intem/Adv Levels Para mais informações, acesse: https://englishatusp.com/ Venham estudar inglês conosco! Um projeto gratuito da USP para a comunidade USP. Os cursos são oferecidos pela USP por meio da PRCEU – Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária, FUSP – Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo, e AUCANI – Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional  – USP International Office, com apoio do Instituto Pecege. *É necessário ter um número USP para realizar a inscrição. Confira o site para outras informações.

Confira o calendário de Treinamentos “Compendex – Engineering Village 2025”

Com sessões virtuais criadas para oferecer uma compreensão abrangente da base de dados Compendex, a Elsevier compartilha o calendário de treinamentos de 2025. Ideal para acadêmicos, pesquisadores e estudantes de engenharia que desejam maximizar suas habilidades de pesquisa.   Os usuários podem escolher a data que seja mais conveniente, o conteúdo será o mesmo em ambas sessões temáticas com horário fixo às 10 horas – fuso horário de Brasília. As sessões serão em inglês com tradução simultânea, são abertas e gratuitas de acordo com o acesso da sua instituição.   Confira a programação:    Compendex Básico 20 de Março 03 de Setembro   Link: https://elsevier.zoom.us/webinar/register/WN_AWaMItqySVu6lg78C8M9GQ#/registration    Compendex Avançado   04 de Junho 05 de Novembro   Link: https://elsevier.zoom.us/webinar/register/WN_x3IzlgGDQSWrm_UrLgvKEw#/registration  

FCTH oferece curso de difusão sobre conhecimentos na área portuária. Curso pago.

  [Reprodução: Pixabay] A Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica está com vagas abertas para o curso Fundamentos de Logística e Infraestrutura no Ambiente Portuário – FLIAP. O seu objetivo é compartilhar com a sociedade os conhecimentos fundamentais da Ciência Portuária. As aulas serão ministradas remotamente e abordarão temas como:     Direito e Regulação nos Portos;     Economia e Finanças Portuárias;     Ensino e Capital Humano dos Portos;     Meio Ambiente e Relação Porto– Cidade;     Sistema Portuário. O início das aulas está previsto para o dia sete de abril e terá a duração de oito meses (07/12), com uma carga horária total de 62 horas. Para se inscrever, é necessário o pagamento de uma taxa de inscrição de R$ 500,00 e mensalidades de R$ 560,00.   Confira outras informações no site.

PPGEP promove primeira edição da série “Diálogos PPGEP” sobre a Aplicação de IA na Pesquisa

No dia 08 de abril, será realizado o primeiro evento da série “Diálogos PPGEP”, com o tema “Aplicação de IA na pesquisa: como, por que e quando usar”. O encontro contará com a participação do Prof. Dr. Luiz Fernando Cardoso dos Santos Durão, docente do Departamento de Engenharia de Produção da Poli-USP. A série Diálogos PPGEP promove encontros mensais com especialistas para discutir temas essenciais da pesquisa científica, como submissão de artigos, uso de ferramentas tecnológicas e boas práticas acadêmicas. Local: Sala D2-14 do PRO Horário: 13h às 14h Inscrições: bit.ly/4jdqJ8n

Agência Fapesp: Cibersegurança vive fase de transição com a emergência de novas tecnologias

Data de publicação: 02/04/2025. Link: https://agencia.fapesp.br/ciberseguranca-vive-fase-de-transicao-com-a-emergencia-de-novas-tecnologias/54368 Docente: Marcos Simplício, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) e coordenador do evento. Resumo: Com a expansão das ameaças cibernéticas, a proteção das infraestruturas digitais tornou-se um enorme desafio global. Neste contexto, pesquisadores brasileiros e norte-americanos reuniram-se em um workshop imersivo para debater os avanços na área de cibersegurança e prospectar colaborações científicas. O evento, “NSF-FAPESP Workshop on Cybersecurity and Privacy”, promovido pela U.S. National Science Foundation (NSF) e pela FAPESP entre 18 e 21 de março, teve como foco três áreas principais: segurança das redes; inteligência artificial e segurança; e ecossistema de informações, segurança da veracidade e origem. “A segurança das redes é um campo consolidado, mas enfrenta desafios crescentes com o aumento do volume de informações e a emergência de novas tecnologias, como redes 5G, comunicação quântica e a escalada da inteligência artificial”, informa Marcos Simplício, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) e coordenador do evento.

Dia 28 de março, um dia de marcos e memória

Dia 28 de março, um dia de marcos e memória Na última sexta-feira, a Escola Politécnica (Poli) da USP diplomou quatro estudantes mortos pela Ditadura Militar. A data ainda marca o aniversário de nascimento e de morte de outros dois importantes líderes estudantis, também mortos pelos agentes do regime 3 de abril de 2025 Por Júlia Sardinha “Mataram um estudante! Podia ser seu filho!”. A notícia da morte do jovem Edson Luís – estudante assassinado em manifestação por melhores condições estudantis em março de 1968 – impactou a mãe e dona de casa, moradora do ABC paulista, Borborema Hanssen. Como bradaram os estudantes em protesto por todo o País, ela chorou como se tivesse perdido o seu próprio filho. A bala que tirou a vida do menino de 18 anos no dia 28 de março de 1968 veio da ação policial do governo militar de Costa e Silva. O choro de Borborema se prolongou no tempo, assim como as dores e os anos de chumbo se apropriaram de sua vida.  Por crueldade – ou aviso – do destino, as lágrimas pela morte do jovem secundarista se tornaram uma premonição para os próximos anos da vida da dona de casa e moradora de Mauá. Dois anos após a ida de Edson, Borborema chorou novamente. Em maio de 1970, Olavo Hanssen, seu filho, foi preso, torturado e morto pelos agentes da Ditadura Militar. Passados 55 anos, Olavo pôde ter realizado o sonho de muitos estudantes brasileiros: o de se formar no ensino superior. Sua mãe, por cobrança do tempo, não esteve presente para chorar de alegria ao saber que o filho recebeu o diploma de engenheiro pela Escola Politécnica (Poli) da USP na tarde do dia 28 de março de 2025. Mas esteve e se fez presente um terceiro membro da família Hanssen: a irmã caçula de Olavo, Alice.  Alice Hanssen tinha 22 anos quando o seu irmão foi morto. Apesar da dor da perda, ela encontrou no singelo papel que registra a graduação de seu irmão um conforto à alma e um presente à memória de sua família. “Nós estamos num momento em que precisamos defender, com unhas e dentes, a nossa democracia, que é muito frágil”, afirmou em seu discurso após receber o diploma. Imagem: Reprodução/Comunicação Poli-USP/Flickr. Ver a beleza e em gesto pequeno ter a imensidãoJuntos pela dor, familiares de Lauriberto José Reyes, Luiz Fogaça Balboni e Manoel José Nunes Mendes Abreu também estiveram presentes para receber os diplomas de seus entes amados. Unidos pelo privilégio de lembrar, gerações de politécnicos egressos e jovens militantes da Universidade se juntaram para a Diplomação da Resistência.Golpes de Estado prolongam no tempo as mortes das quais são autores os agentes da repressão. O Golpe calou vozes, naturalizou a tortura e assassinou vidas de prósperos jovens como os politécnicos homenageados. E não bastassem as emoções do momento, Regina Reyes, irmã de Lauriberto – mais conhecido como Lauri -, também prestou em suas palavras uma homenagem à vida de Honestino Guimarães.Primeiro estudante da UnB postumamente diplomado, Honestino completaria 78 anos de idade no dia da Diplomação da Resistência. A filha do líder estudantil, Juliana Guimarães, esteve presente na cerimônia da Poli e as reflexões de Regina sobre a fragilidade e a necessidade de cuidado que devemos ter para com a democracia, a liberdade e a memória brasileiras comoveram os presentes. “A memória não morrerá porque mesmo sendo uma planta resistente, [a democracia] precisa ser regada, cultivada, replantada e reconquistada a cada dia. A memória não morrerá pelo que já foi construído, mas estará sempre em disputa, a partir de interesses contrários, que a gente lembre o que se passou neste País, e o que precisa mudar nele”, declarou Regina. Sair da escuridão e do ódio que o vazio e o silêncio de uma perda podem trazer à uma família e a uma nação exigia um ato de responsabilidade e coragem que o governo brasileiro não tinha se posto a realizar para além da criação das Comissões da Verdade, em 2011. Para a senhora Maria das Graças Mendes Nunes Abreu, irmã mais velha de Manoel, o projeto Diplomação da Resistência trouxe à luz os sonhos e os ideais dos diplomados sobre um futuro de paz e justiça.Os resgates das memórias dos entes queridos foi fundamental para ressignificar padrões e laços sociopolíticos que permeiam a sociedade brasileira desde aquela época. Acompanhada da irmã Maria Fernanda Nunes Mendes Abreu e dos seus netos, Maria da Graça relembrou o passado dolorido de sua família – que veio de Portugal ao Brasil para escapar do Regime de António de Oliveira Salazar – e manifestou a sua esperança nas gerações futuras. A iniciativa da Diplomação da Resistência foi um momento pensado, construído e oferecido aos familiares dos diplomados e aos presentes para se pensar e defender a democracia e liberdade da população brasileira. Vital Fogaça Balboni, irmão de Luiz – ou Zizo, como era conhecido – lembra com carinho e saudade de seu irmão mais velho, dos momentos em que passaram juntos em São Paulo e da espontaneidade do politécnico. Como um dos idealizadores do Parque do Zizo, área florestal destinada a honrar e rememorar a vida de Luiz Fogaça Balboni, Vital mostrou a sua preocupação em manter a imagem de seu irmão viva entre aqueles que o conheceram. Mas não apenas manter a imagem do irmão viva, ele também se preocupa constantemente com o direito à liberdade, o direito da pessoa humana de ser livre.Aquietar o silêncio das dores  Roda de conversa “Memória Universitária”. Flickr Poli-USP. Apesar das perdas, do luto e da saudade, o momento de se cobrar todo o sofrimento causado pela Ditadura Militar chegou, como declamado nos versos da canção Apesar de Você, de Chico Buarque. Antes do cerimonial, a Escola Politécnica (Poli) sediou uma Roda de Conversa sobre as memórias da Ditadura Militar de forma a promover um ambiente para encontros e debates entre gerações de politécnicos e de não-politécnicos. Lembrar a barbárie do passado permite que a sociedade possa zelar para que atos hediondos como os ocorridos não se façam presentes na história vindoura. Maria Arminda do Nascimento Arruda, Vice-Reitora da USP, disse durante a cerimônia que o projeto é uma forma de defrontar aqueles que ousaram e aqueles que ousam violar os Direitos Humanos.  A não violação desses princípios tem sido defendida por personalidades da política brasileira. Em sua fala, a Pró-Reitora de Inclusão e Pertencimento da Poli, a Professora Ana Lúcia Duarte Lanna parafraseou a fala do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino: “Golpe de Estado mata. Ninguém morre no primeiro dia do Golpe de Estado, mas a morte no Golpe de Estado se prolonga no tempo, porque ela diz respeito a torturas, desaparecimentos e o assassinato de pessoas envolvidas. É uma morte lenta e hedionda”. A colocação do ministro veio durante julgamento realizado no dia 26 de março, em que a Primeira Turma do STF decidiu aceitar a denúncia contra o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro e outros sete ex-integrantes do seu governo, sendo três generais do Exército. A decisão reforça a importância de atos de rememoração e reparação dos anos da Ditadura Militar, como o promovido pela Poli. Para o Diretor da Escola Politécnica, Reinaldo Giudici, a Diplomação repara as injustiças e honra a memória dos politécnicos que foram mortos pelos agentes do Regime. Mesmo não sendo um momento de festividade tal qual seria uma formatura no cenário sociopolítico atual, o encontro honrou as memórias e vidas de Lauriberto José Reyes, Luiz Fogaça Balboni, Manoel José Mendes Nunes Abreu e Olavo Hanssen. Acesse aqui a página especial sobre o evento e confira as fotos e vídeos.

Revista Ciência e Cultura: Professor da Poli-USP enfatiza a importância de iniciativas similares ao DataMap/Amazon, que reforcem a construção de um ambiente de ciência aberta

Imagem: Reprodução/Freepik. [Imagem: Reprodução/Freepik] Link: https://revistacienciaecultura.org.br/?p=8031 Data da Publicação: 14/03/2025.  Personalidade da Poli envolvida: Pedro Luiz Pizzigatti Corrêa, professor do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais da Poli-USP e foi consultor em Integração de Sistemas de Informação e Base de Dados do Ministério do Meio Ambiente. Resumo: O artigo da nova edição da Ciência & Cultura discute desafios e oportunidades para a Ciência Aberta no Brasil. De modo a reutilizar e preservar os dados científicos, a Ciência dos Dados Abertos, que integra a Ciência Aberta, propõe a criação de infraestrutura computacionais que garantam maior replicabilidade e reprodutibilidade nos experimentos científicos — um padrão considerado essencial para a ciência moderna. Apesar de ser recente no país, há avanços importantes em instituições de pesquisa, especialmente na criação de repositórios de dados. Um dos exemplos é o DataMap/Amazon, que atua na preservação, curadoria e disseminação de dados coletados na Amazônia.  O projeto integra e auxilia na síntese necessária do conhecimento de uma vasta quantidade de informações coletadas por pesquisadores de diferentes instituições como o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Instituto Nacional do Espaço (Inpe), Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), dentre outras.  O DataMap/Amazon é uma iniciativa do Centro de Estudos Amazônia Sustentável (CEAS/USP) cujo objetivo é promover a produção e disseminação da ciência para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. Pedro Corrêa, professor do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais da Escola Politécnica da USP, enfatiza a importância de iniciativas similares que reforcem a construção de um ambiente de ciência aberta.  Repercussão:  Confira a matéria completa na Revista Ciência e Cultura  Confira a matéria no Portal Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência