Mais que bolsas, interlocução. Projeto de ex-alunos Poli foca em mentoria para ajudar estudantes

O Projeto Retribua atua junto a alunos de graduação da Escola Politécnica da USP em situação de vulnerabilidade socioeconômica oferecendo bolsas e mentoria

Ao longo de nossa trajetória, seja pessoal ou profissional, é muito provável que haja uma ou mais pessoas que nos serviram de inspiração em nossos sonhos, planos e realizações. São influências que podem estar na família, entre os amigos, na escola ou no trabalho, enfim, em algum meio social em que estamos inseridos, que nos proporcionaram uma experiência de aprendizado ou assimilação fora do comum, que nos permitiu enxergar a vida sob outro ângulo, às vezes decisivo.

A partir da convivência com os jovens em situação de vulnerabilidade socioeconômica que estudam na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, uma associação de ex-alunos da centenária instituição passou a contribuir com bolsas para auxiliar em sua permanência. Desde 2004, já foram apoiados mais de 400 jovens e, a partir de 2017, o projeto passou a oferecer também mentoria aos bolsistas, ou seja, além do auxílio financeiro, os jovens têm contato direto com um mentor, um engenheiro que lhe dará suporte para os desafios enfrentados diariamente, sejam acadêmicos, pessoais ou sociais.

A mentoria, segundo os organizadores, é uma modalidade especial de ajuda em que, essencialmente, uma pessoa mais experiente acompanha de perto, orienta e estimula o mentorando a partir de sua experiência, conhecimento e comportamento.Estes mentores, treinados e acompanhados por uma equipe composta por psicólogas e politécnicos voluntários, têm contato constante com os estudantes. Muitos dos mentores são ex-bolsistas, hoje profissionais de sucesso.

No primeiro ano de experiência, o projeto ofereceu 50 mentorias aos bolsistas, e a equipe o considerou um sucesso, tanto pela resposta positiva na avaliação dos alunos, como pela resolução de problemas concretos na vida desses alunos. O segundo ano do projeto de mentoria começará neste mês de agosto, e o número de mentorias já aumentou para 100. No dia 9, das 19h30 às 21h, os alunos serão apresentados a seus mentores em uma reunião inaugural realizada no Auditório da Administração  da Poli. O evento é reservado apenas para convidados. Imprensa e interessados podem se inscrever pelo e-mail retribua@politecnicos.org.br.

Quando questionado sobre o diferencial que a mentoria faz para esses jovens, o coordenador do projeto, professor aposentado da Escola Politécnica da USP, Marcos Rodrigues, esclarece: “São jovens inteligentes e perseverantes, que superaram muitas adversidades. Nós os ajudamos a entender e vivenciar a Escola, e a planejar seu futuro profissional”. O acadêmico, que realizou seu doutorado na Universidade de Cambridge e alcançou o topo da carreira docente na USP em 1990, garante que o encontro entre os mentores e alunos é um momento de grande emoção. Os jovens serão orientados por engenheiros com idades de 24 a 82 anos, com atuação em diversos países, empresas e áreas da engenharia. Ao longo do ano participam de reuniões com engenheiros de áreas variadas, em eventos em que “o mentorando pode perguntar tudo” , ressalta o coordenador.

A mentoria remota foi testada em 2017 e será consolidada em 2018. A maioria dos mentores remotos vive no exterior: são politécnicos atuando na Ásia, África, Europa e EUA.  A coordenação ressalta que, se por um lado a mentoria remota perde o calor do encontro presencial, por outro desperta enorme curiosidade e interesse do aluno. “Os mentores remotos são muito dedicados e atentos a evolução do aluno”, destaca Marcos Rodrigues.

Os idealizadores do projeto acreditam que somente o apoio financeiro não basta para que os jovens, dentro da universidade, possam se desenvolver plenamente. A aposta é que somente com o apoio financeiro e moral, os estudantes terão condições para se tornarem profissionais capazes de sobrepujar suas limitações socioeconômicas e construir uma carreira de sucesso. Eles acreditam que a criação de laços de confiança entre mentores e jovens politécnicos seja determinante na vida dos participantes do processo, contribuindo para o seu crescimento educacional, cultural e pessoal.

Como funciona?

Assim como a Secretaria de Assistência Social da Universidade de São Paulo (SAS-USP), que oferece auxílios de alimentação e moradia para alunos em situação de vulnerabilidade socioeconômica, a Associação de Engenheiros Politécnicos (AEP) lança anualmente um edital para conceder bolsas e mentoria a esse alunos por meio do projeto Retribua. O projeto capta recursos através de doações de pessoas físicas e jurídicas, e concede as bolsas . Os estudantes são orientados por politécnicos voluntários, sendo acompanhados em questões pessoais, acadêmicas e sociais.

Esse  apoio ao jovem ao longo da graduação leva à uma vantagem competitiva na conclusão do curso e no mercado de trabalho. Ao longo da  mentoria o aluno é encaminhado para estágio, Bolsa de Iniciação Científica e trabalhos em projetos da Escola, do terceiro ao quinto ano.

O projeto é conduzido por Marcos Rodrigues, Coordenador de Mentoria e Gestor, Fátima Duarte, psicóloga responsável pelas Relações Interpessoais, e Carlos Eduardo Cugnasca, Coordenador de Bolsas.

Serviço

Reunião Inaugural do Projeto Retribua

Data e horário: 9 de agosto de 2018, das 19h30 às 21h.

Local: Associação dos Engenheiros Politécnicos. Av. Prof. Luciano Gualberto, travessa 3, 380. São Paulo – SP.

O evento é reservado apenas para convidados. Imprensa e interessados podem se inscrever pelo e-mail retribua@politecnicos.org.br.

O Projeto está em constante expansão, e para isso precisa de doações e voluntários para realizarem as mentorias e outras atividades de apoio. As informações sobre como colaborar estão no site http://retribua.org/.

Outras informações e contato pelo e-mail retribua@politecnicos.org.br, ou telefone (11) 3091-5554.